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Autoridades dos Estados Unidos anunciaram em maio que um ensaio clínico que pode levar a novos tratamentos para prevenir o Alzheimer em pessoas com propensão genética para desenvolvê-lo - mas que ainda não têm quaisquer sintomas - incluirá testes pela primeira vez um medicamento destinado a impedir o aparecimento da doença.
Os especialistas dizem que o estudo será um dos poucos já realizados para testar tratamentos de prevenção de doenças geneticamente predestinadas. No caso da doença de Alzheimer, o estudo é inédito, "o primeiro a se concentrar em pessoas que estão cognitivamente normais, mas que têm um risco elevado de desenvolver Alzheimer", diz Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde.
A maioria dos participantes virá da família que tem mais membros com Alzheimer do que qualquer outra do mundo, um clã de cinco mil pessoas que vivem em Medellín, na Colômbia, e têm uma mutação genética que faz com que eles comecem a ter sintomas da doença os 45 anos e demência completa em torno de 51.
- Não nos sentimos tão sozinhos. Agora sentimos que as pessoas estão tentando nos ajudar - disse Gladys Betancur, de 39 anos. A mãe de Gladys morreu de Alzheimer, três de seus irmãos já têm sintomas e ela se submeteu a uma histerectomia por medo de passar a enfermidade para seus filhos.
Pesquisa levará cerca de cinco anos
O estudo, com financiamento de US$ 100 milhões, terá duração de cinco anos, mas em dois anos, testes sofisticados poderão indicar se o medicamento ajuda a conter o declínio da memória ou as alterações no cérebro, ressalta Eric Reiman, diretor executivo do Instituto Banner de Alzheimer e líder do estudo.
A expectativa é de que o teste produza informações que sejam aplicadas a milhões de pessoas que irão desenvolver Alzheimer no mundo todo.
- Isso traz uma oportunidade de responder a um grande número de perguntas, enquanto oferecemos ajuda clínica - diz Steven T. DeKosky, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Virginia.
Preste atenção
:: Cerca de 5,4 milhões de americanos têm Alzheimer, e os números estão crescendo bastante, à medida que a chamada geração "baby boom" envelhece.
:: O sucesso do teste que será realizado na Colômbia não é certo: muitos ensaios falham, e as pesquisas destinadas ao Alzheimer, até agora, não encontraram nenhum tratamento cuja eficácia dure mais do que meses.
:: O experimento será financiado com 16 milhões de dólares dos Institutos Nacionais de Saúde, US$ 15 milhões de doadores privados por meio do Instituto Banner e cerca de US$ 65 milhões da Genentech, fabricante norte-americana do medicamento.
:: O medicamento é o Crenezumab, que ataca as placas amiloides no cérebro. Se ele mostrar que pode evitar problemas de memória ou cognitivos, os cientistas saberão que a prevenção ou o retardo são possíveis por meio de uma intervenção no amiloide anos antes da demência se desenvolver. Muitos dos pesquisadores do Alzheimer acreditam que o amiloide é uma causa subjacente da doença de Alzheimer.
:: Os pesquisadores também pretendem avaliar mudanças no estado emocional das pessoas, tais como irritabilidade, tristeza, choro, ansiedade e impulsividade, características básicas do aparecimento da doença.