O Teste do Pezinho se tornou obrigatório em todo o território nacional apenas em 2001. No entanto, até hoje, poucas pessoas sabem o período ideal de realização do exame. A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre determina que o teste seja feito após 48 horas do nascimento do bebê, para que doenças causadoras de sequelas graves ao desenvolvimento e crescimento sejam detectadas precocemente.
As enfermidades mais comumente diagnosticadas são assintomáticas nos primeiros meses, por isso, a importância de identificação no estágio inicial. Dependendo do mal detectado, pode-se obter uma orientação adequada e uma continuidade no tratamento. Em 6 de junho comemora-se o Dia Nacional do Teste do Pezinho, data instituída pelo governo federal para disseminar a importância do exame.
No Estado, o Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (HMIPV) é o único que faz as análises laboratoriais e, a partir deste mês, vai incluir a investigação de fibrose cística nos testes. Com isso, o Rio Grande do Sul atinge a Fase 3 do Programa Nacional de Triagem Neonatal, a última determinada pelo Ministério da Saúde (MS). A orientação é de que o bebê seja levado até a Unidade Básica de Saúde mais próxima para o recolhimento do sangue e que todos os dados, principalmente endereço, sejam preenchidos corretamente na ficha de inscrição.
No Presidente Vargas, são realizados em torno de 10 mil testes por mês, o que equivale a pouco mais de 80% dos nascidos vivos no Estado. Apesar do Teste do Pezinho ser apenas uma triagem e não um diagnóstico definitivo, a partir do que for diagnosticado no exame, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um tratamento continuado. De acordo com a coordenadora do Serviço de Referência de Triagem Neonatal do Rio Grande do Sul no hospital, Paula Regla Vargas, antes do sistema ser implantado, há 11 anos, menos de 40% dos bebês gaúchos tinham a possibilidade de ter diagnóstico precoce, e havia um alto índice de mortalidade de crianças portadoras das doenças falciformes.
A triagem neonatal é um exame de laboratório simples, a partir de amostra de sangue retirada do calcanhar do bebê, que serve para diagnosticar precocemente doenças do metabolismo e enfermidades genéticas ou infecciosas que podem produzir lesões irreversíveis, como retardo mental. Hoje são detectadas pelo SUS o hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria, a hemoglobinopatia e a fibrose cística. Porém, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou a ampliação do Teste do Pezinho, incluindo outras duas doenças.