Ao menos 112 municípios do Rio Grande do Sul enfrentam falta de vacinas. Os dados são da Confederação Nacional de Municípios (CNM) e a pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 11 de setembro. Entre os imunizantes em falta estão o da covid-19 para crianças e adultos, e a tetraviral.
Dos 497 municípios gaúchos, 257 foram pesquisados. Destes, 112 responderam os questionamentos. A Confederação Nacional de Municípios não divulga os municípios presentes no levantamento.
Em relação ao tipo de vacina, 96 cidades relataram desabastecimento do insumo contra a covid-19 para crianças, a monovalente XBB, da fabricante Moderna e 16 municípios estão sem doses da vacina para adultos. Além disso, sete possuem falta da tetraviral, que defende contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
Procurada pela reportagem de Zero Hora, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou que há diversos imunizantes com estoque crítico no Ministério da Saúde. A situação impacta no envio ao Rio Grande do Sul, que distribui aos municípios.
O Ministério da Saúde não retornou os contatos, até a publicação desta reportagem.
No país todo, a pesquisa da CNM apontou que seis em cada dez municípios enfrentam falta de vacinas. Em relação aos Estados, Santa Catarina é o que mais relata desabastecimento, com 128 cidades. Na sequência estão Pernambuco e Paraná.
O que diz a Secretaria Estadual da Saúde
Em relação a vacina contra a covid para crianças, a pasta informa que o último recebimento de doses foi durante o mês de maio. Ocorreram entregas para indicação de uso em maiores de 12 anos. No entanto, nesse momento o Ministério da Saúde não possui doses com validade superior a 18 de outubro e os imunizantes não estão sendo enviados. Com isso, o Estado também está sem estoque da vacina para adultos.
A vacina oral contra poliomielite está sendo retirada do elenco de itens do calendário infantil e, por isso, não será mais distribuída aos municípios. No lugar há a indicação de dose de reforço com vacina pólio injetável, a iniciar em novembro..
O Estado está sem receber há dois meses do Ministério da Saúde o imunizante contra varicela. Há orientação e indicação de uso temporário da vacina tetraviral em substituição.
A contra difteria/tétano e coqueluche (DTP), não teve reabastecimento em outubro e a indicação é o uso temporário de vacina pentavalente em substituição. No caso da Influenza, não há reabastecimento, pois a campanha de vacinação existe apenas em período específico.
Além destas, o Ministério da Saúde está com estoque restrito para outros imunobiológicos e despachando remessa parcial aos Estados. Em outubro, o RS recebeu vacina contra a febre amarela, a meningo C e a tríplice viral em quantitativo abaixo do solicitado. Isso provocou fornecimento abaixo da necessidade média mensal.