Os atendimentos no Centro Obstétrico e no Serviço de Obstetrícia do Hospital Tramandaí, no Litoral Norte, completaram nesta quarta-feira (10), 10 dias paralisados. A indefinição ocorre por conta da falta de acordo entre os médicos da instituição e a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas, gestora da área.
Os médicos paralisaram as atividades no dia 1º de abril alegando más condições de trabalho e escassez de recursos para trabalhar. Na última segunda-feira (8), o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) se reuniu de forma virtual com representantes do hospital e da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde para discutir o assunto.
O sindicato apresentou novamente aos médicos a proposta da fundação, que prevê pagar 20 dias de salário adiantado para retomada dos atendimentos. Os profissionais, no entanto, fizeram uma contraproposta solicitando o adiantamento de 30 dias e também demandaram medicamentos e insumos considerados essenciais para os atendimentos.
Procurada pela reportagem, a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas afirmou que não foi possível aceitar a proposta e as partes seguem sem um acordo. A administradora também informou que obras estão sendo realizadas no Centro Obstétrico, mas que não há previsão para retomar o atendimento.
De janeiro a março deste ano, mais de 300 partos foram realizados no Hospital de Tramandaí. A orientação da instituição é que as gestantes busquem outros locais com serviços de obstetrícia no Litoral, como o Hospital Nossa Senhora de Navegantes, em Torres; o Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa e o Hospital São Vicente de Paulo, em Osório.
Durante os dez dias, os Hospitais Santa Luzia e o Nossa Senhora de Navegantes não identificaram aumento significativo nos setores de maternidade e obstetrícia. O Hospital São Vicente de Paulo não respondeu. A Secretaria Estadual da Saúde também não se manifestou sobre a situação.