Uma idosa de 74 anos, atropelada no final de abril, deverá ser transferida do HPS para realização de uma cirurgia por decisão judicial. Ela aguarda há mais de um mês pelo procedimento. A família entrou com um processo judicial para garantir a artroplastia de quadril e pelve, necessária para a recuperação.
Uma liminar expedida na última sexta-feira (26) determinou a transferência de Edilia Neres Madeira do HPS para um outro hospital, para que o procedimento seja realizado. De acordo com o despacho, o tratamento necessário para a paciente não está disponível na instituição onde ela está internada.
A decisão menciona o "risco de morte e de sequelas irreversíveis" no membro afetado, caso a idosa não receba o tratamento adequado de alta complexidade que necessita. O documento cita que "os membros estão em processo de necrose e com consolidação óssea fora da posição correta".
Segundo a decisão, a prefeitura de Porto Alegre tem 48 horas para cumprir a determinação, com prazo final encerrando nesta terça-feira (30). Ela foi proferida pelo juiz Eugênio Couto Terra, do Juizado Especial Adjunto à 10ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Comarca de Porto Alegre.
Edilia estava saindo de uma aula de ginástica com uma amiga no Centro Esportivo da PUCRS, no dia 28 de abril, quando foi atropelada na avenida Ipiranga. Desde então, ela está internada no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) devido a politraumatismo. A idosa sofreu fratura do acetábulo direito (que forma a articulação do quadril) e múltiplas fraturas na pelve.
A filha da idosa, a enfermeira Mônica Cristina Madeira da Silva, de 52 anos, expressou sua indignação com a demora no fornecimento da assistência necessária à sua mãe.
— Estou apavorada, sabe? A saúde nesse país é horrível. Estou presenciando no HPS casos de pessoas que não conseguiram transferência e acabaram falecendo na UTI. Estou lutando pela vida da minha mãe — declara.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que os possíveis hospitais que podem atender a idosa são Hospital Cristo Redentor, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Hospital São Lucas da PUCRS e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Ainda segundo a prefeitura, até o momento, nenhum deles deu o aceite para receber a transferência. A secretaria reitera que a paciente está sendo assistida pela equipe da área de pelve e traumatologia.
Confira na íntegra o posicionamento da SMS:
A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre, em resposta à solicitação, informa que a ordem judicial foi recebida e tão logo encaminhada para a regulação do paciente pelo próprio hospital municipal - HPS - onde se encontra assistido. Os possíveis hospitais que podem atender são: Hospital Cristo Redentor, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Hospital São Lucas da PUCRS e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Até o momento, nenhum deles deu o aceite ainda para receber a transferência. Enquanto isso, a SMS reitera que o paciente está sendo assistido pela equipe da área de pelve e traumatologia.