Em lançamento de campanha de conscientização para a varíola dos macacos, a monkeypox, nesta segunda-feira (22), o Ministério da Saúde reforçou que está em etapa final a contratação de doses do imunizante contra a doença. A pasta já vinha anunciando a aquisição, mas a compra ainda não foi contratada por conta da carência de produtos no mercado internacional. Além disso, ao invés de chegarem em duas etapas, as vacinas serão disponibilizadas ao Brasil em três lotes, a partir de setembro, destinados a um público específico a ser imunizado.
A expectativa é finalizar as tratativas para aquisição de 50 mil unidades via fundo rotatório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o braço da Organização Mundial de Saúde (OMS), até esta terça-feira (23), segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Arnaldo Medeiros:
— Antes dessa coletiva, estávamos em contato direto com o fundo rotatório da Opas para preenchermos todos os requisitos e solicitarmos para a Anvisa a chegada das vacinas. Pretendemos fechar isso até amanhã de modo significativo. Lembrando que não se trata de doação, estamos adquirindo junto ao fundo rotatório, que é o mecanismo mais rápido.
As doses serão destinadas aos profissionais da saúde que tenham contato direto com pacientes infectados. Ao todo, 25 mil pessoas serão imunizadas, considerando que são necessárias as aplicações de duas doses a fim de completar o ciclo vacinal. As unidades serão produzidas pelo laboratório Bavarian Nordic, que disponibilizou 100 mil doses para a América Latina.
— Essas 50 mil doses não têm o poder de controlar este surto. Essas vacinas serão destinadas para proteger os profissionais de saúde que lidam diretamente com os materiais contaminados. Com 50 mil doses não dá para proteger todos os profissionais, até porque nem todos lidam com essas amostras — disse Queiroga.
Assim que o contrato entre o Ministério da Saúde e a Opas estiver firmado, o governo deverá enviar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a documentação para importar o imunizante, que não tem registro no Brasil. Na última sexta-feira (19), a Anvisa autorizou a importação excepcional e temporária de vacinas e medicamentos pela pasta.
Antiviral
Assim como ocorre com as vacinas, como não há no Brasil nenhum representante do antiviral no país, o Ministério da Saúde também solicitou à Opas a compra de 10 doses do tecovirimat para tratamentos imediatos, e outras 50 unidades para casos graves. A pasta negocia ainda o transporte de mais 12 unidades doadas pelo laboratório produtor, e a compra de mais 504 doses.
No país, já são 3.788 casos confirmados da doença, com 4.175 suspeitas de monkeypox, segundo o mais recente. No Rio Grande do Sul foram confirmados 58 pacientes, e estão em avaliação 262 casos suspeitos.