A 3ª Delegacia de Polícia (3ª DP) deu início, nesta semana, à coleta dos depoimentos dos servidores da Secretaria de Saúde de Santa Maria para apurar o descarte irregular de 1,5 mil frascos do antibiótico penicilina, que foram encontrados no bairro Urlândia, na zona sul da cidade.
Conforme o delegado André Diefenbach, já foram ouvidos dez servidores da prefeitura – todos ligados à Secretaria Municipal de Saúde. O denunciante, que é um líder comunitário, também prestou depoimento.
Segundo o delegado, a linha de investigação ainda está aberta. Ele explica que isso quer dizer que é preciso, primeiro, entender a forma como se davam algumas questões operacionais. Ele cita, por exemplo, o armazenamento e a distribuição dos medicamentos junto à Secretaria Municipal de Saúde.
O policial enfatiza que é possível que mais pessoas sejam chamadas a prestar depoimento, como funcionários da empresa terceirizada responsável pelo descarte dos medicamentos.
— À medida que formos ouvindo os servidores é bem provável que tenhamos, por exemplo, de ouvir outras pessoas. Entender o funcionamento da máquina e a operacionalização da Secretaria de Saúde é vital nesta fase. Aí é claro que, agora, não se pode falar em prazo para a conclusão das investigações — diz o delegado.
Diefenbach acredita que, ainda nesta semana, terá acesso às imagens das câmeras de segurança das farmácias de algumas unidades de saúde. Também foi solicitado acesso às imagens do Pronto-Atendimento (PA) do Patronato.
Implicações
André Diefenbach adianta que em caso de constatada a participação, por exemplo, de servidores públicos no furto do material, o funcionário pode responder pelo crime de peculato.
A prefeitura também acompanha o caso e, na semana passada, abriu uma sindicância para investigar como todo o material saiu de dentro da Secretaria de Saúde sem que ninguém percebesse.