
Após cerca de quatro horas de negociação com a prefeitura e posterior deliberação em assembleia, o Sindicato dos Municipários (Simpa) decidiu, neste sábado (12), aceitar a proposta de reposição salarial ofertada pelo Executivo municipal e encerrar a greve da categoria. A paralisação havia iniciado em 1º de abril.
As negociações entre o Simpa e representantes da prefeitura ocorreram no Centro Administrativo Municipal, das 10h às 14h. Após a prefeitura apresentar uma primeira proposta, que foi recusada pelos municipários, o Executivo apresentou nova proposição, que foi levada pelos servidores para ser analisada em assembleia nesta tarde.
A proposta da prefeitura propõe reposição salarial em um total de 4,83%, escalonada em quatro vezes: será 1% em setembro, 1,75% em dezembro, 1% em fevereiro de 2026 e o restante do valor em abril de 2026.
A proposta prevê ainda reajuste de 10% no vale-alimentação, com 5% de reposição a partir de maio e os outros 5% integralizados em agosto deste ano. Ficou para setembro uma nova mesa de negociação, onde será debatido, entre outros pontos, uma reposição salarial referente ao ano de 2023.
— Essa proposta segue sendo indecente, ainda que seja menos indecente do que a primeira proposta que a prefeitura apresentou. Ainda é uma proposta que não corresponde aos desafios que nós temos como uma categoria que está empobrecida, adoecida e endividada. Nós seguimos compreendendo que é preciso avançar pra garantir condições dignas mínimas — afirma a vereadora Juliana de Souza (PT), que também é municipária, filiada ao Simpa e que acompanhou as negociações e a assembleia.
Um dos itens mais discutidos durante as negociações deste sábado foi o corte do ponto dos servidores que aderiram à greve. No final, a prefeitura concordou em abonar o ponto dos municipários que participaram das ações da paralisação, mediante retorno às atividades na segunda-feira (14). No caso específico da Educação, segundo a prefeitura, a compensação deverá corresponder à ampliação dos dias letivos no calendário escolar de 2025, em equivalência aos dias paralisados.
— Ao final prevaleceu uma realidade que se impõe, que são os efeitos da enchente nos nossos orçamentos, nosso financeiro. Então, fomos ao extremo das possibilidades. A verdade é que o que foi apresentado e agora entendido pelo sindicato é fruto de muita conversa e muita negociação. (...) Agora, nos cabe manter o diálogo, em setembro teremos ainda uma nova negociação levando em conta sempre a realidade orçamentária do município — comenta o secretário geral de governo da prefeitura, André Coronel, que participou das negociações e assinou a proposta final aos servidores junto do secretário municipal de Administração e Patrimônio, Cassiá Carpes.
Além de Coronel, Cassiá e do prefeito Sebastião Melo, participaram da reunião a secretária municipal da Fazenda, Ana Pellini, o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer e o secretário adjunto de Administração e Patrimônio, Artur Alfaro. O Simpa esteve com a deputada estadual Sofia Cavedon e os vereadores Jonas Reis e Juliana de Souza.
Agora, a proposta deve ser enviada pela prefeitura para aprovação na Câmara de Vereadores. Os municipários já retomam suas atividades na segunda.
— Esperamos que a base de apoio ao prefeito reconheça a proposta e não haja retrocessos. Mas estaremos mobilizados lá, tanto a bancada da oposição como a categoria, para garantir que o mínimo que garantimos até aqui seja efetivado — reforça a vereadora Juliana de Souza.
Em comunicado postado em suas redes sociais, o Simpa comenta a decisão deste sábado:
"A categoria municipária decidiu suspender a greve, durante assembleia geral, realizada na tarde de sábado (12/4), no Centro de Eventos Barros Cassal. Na reunião com o governo, no turno da manhã, o prefeito Sebastião Melo apresentou uma proposta. Além dos 4,83% de reposição da inflação, pagos em quatro parcelas (1% em setembro, 1% outubro deste ano e mais 1% em fevereiro e 1,83 em abril de 2026), e aumento de 10% no vale-alimentação ( 5% em maio e 5% em agosto), não haverá corte no ponto. A categoria também decidiu continuar a mobilização nos locais de trabalho e nas comunidades, com indicativo de nova assembleia a ser realizada em maio."