
Após anunciar que cortará serviços de saúde diante da superlotação de leitos em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo começa nesta terça-feira (18) uma rodada de conversas com colegas da Região Metropolitana. Nas reuniões, o prefeito vai explicar a decisão de restringir atendimentos de saúde na Capital e as consequências disso para os pacientes de cidades vizinhas.
O objetivo de Melo é obter ajuda na mobilização para conseguir mais recursos para a saúde da Capital. Melo alega que o SUS é tripartite e que a Capital, que tem gestão plena da saúde, está sobrecarregada em razão de pacientes provenientes da Região Metropolitana e do Interior. Por isso, afirma que é necessária uma "solução conjunta" para o problema.
— A dor não tem fronteiras, mas não temos capacidade instalada para receber a todos. Há responsabilidades dos municípios, do Estado e da União. Não vou transferir a responsabilidade, mas não vou ficar com toda essa carga — reclama o prefeito da Capital.
Na prática, o prefeito quer apoio para pleitear recursos efetivos de outros entes federativos, sobretudo do governo estadual. Desde 2021, Melo reclama do Programa Assistir, que redistribuiu os incentivos do Estado às instituições de saúde a partir de critérios técnicos. Na ocasião, houve aumento de aporte a hospitais do Interior e redução para alguns da Grande Porto Alegre.
Internamente, a prefeitura avalia que seria preciso ampliar em, no mínimo, R$ 20 milhões por mês o apoio estadual para desafogar os atendimentos em Porto Alegre.
A primeira visita de Melo será ao prefeito de Canoas, Airton Souza, às 8h desta terça. Nos próximos dias, o prefeito da Capital encontrará os homólogos de Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada e Viamão.
Situação atual
A lotação dos leitos SUS e nas emergências da Capital perdura há semanas. Nesta segunda-feira, conforme o painel da Secretaria Municipal da Saúde, a lotação das emergências está em 204,57% da capacidade, com 403 pessoas internadas e 305 aguardando atendimento.