A prefeitura de Porto Alegre planeja lançar até o final de janeiro a licitação que prevê melhorias no trecho elevado da Rua da Conceição, no Centro Histórico, com o objetivo de aumentar a segurança viária no local, reforçar a iluminação e o sistema de drenagem. No temporal de quinta-feira (16), o trecho, construído como um corredor humanitário durante a enchente de maio do ano passado, voltou a alagar.
Uma imagem registrada pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) mostra veículos em fila, rentes à barreira de pedras, para evitar o ponto alagado (foto acima). Contudo, conforme o titular da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) da Capital, André Flores, a barreira do corredor humanitário não foi a principal responsável pelo acúmulo de água no trecho. Ainda assim, o local deverá receber ainda mais bocas de lobo para reduzir o risco de alagamentos.
— Houve um problema na rede (de drenagem) que passa ali por trás, e envolve uma obra que o Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) terá de fazer ali. Mas vamos reforçar a drenagem ao longo de todo o trecho, da Comendador Manoel Pereira até a Júlio de Castilhos, onde só há uma boca de lobo — afirma Flores.
Além das obras de drenagem, a pista deve receber tratamento paisagístico para amenizar o impacto visual. O projeto também prevê a instalação de barreiras laterais para evitar que veículos saiam da pista e caiam na rua ao lado, localizada em um nível mais baixo.
No dia 9 de dezembro, por exemplo, um automóvel Etios perdeu o controle e capotou. Conforme reportagem publicada em Zero Hora, o motorista relatou a policiais que vinha da Avenida Castelo Branco em direção ao Túnel da Conceição quando acabou se acidentando. O edital prevê a colocação de barreiras do tipo New Jersey — espécie de mureta baixa reforçada com concreto.
Atualmente, como não há guard-rail no trecho, foram instalados cones ao longo da via elevada para indicar ao motorista o perigo de uma queda e amenizar a ausência de estruturas de proteção. A sinalização viária e o sistema de iluminação também devem ser melhorados.
A expectativa da Smoi é de que o trabalho dure 150 dias e seja concluído ainda neste ano. O secretário André Flores destaca, porém, que os prazos dependem de fatores como eventuais recursos judiciais envolvendo a licitação. As obras são avaliadas em cerca de R$ 1,5 milhão. Estão previstas apenas interrupções parciais no trânsito para concluir o serviço.
— A parte mais difícil, que exigiria interrupções totais, por exemplo, já foi feita durante a enchente. Agora é mais simples, não tem tanto impacto — avalia André Flores.
O corredor de acesso
O trecho elevado era uma das três estruturas emergenciais criadas durante a enchente de maio do ano passado para permitir a ligação viária entre Porto Alegre e a Região Metropolitana. O caminho deu acesso a veículos de emergência e abastecimento da cidade, que passavam em um nível acima da cota da enchente. Para permitir que veículos mais altos passassem pela nova rota, um pedaço da passarela da Estação Rodoviária foi derrubado. A estrutura não deverá ser reconstruída antes de 2026.
Depois que a água voltou ao leito do Guaíba, a prefeitura optou por manter a estrutura. O objetivo, desde então, passou a ser realizar obras para adequar a via ao tráfego e à infraestrutura do entorno.