A primeira etapa da obra do dique do Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, foi concluída nesta terça-feira (7). A nova cota do trecho reformado, é de 5,8 metros – altura superior ao nível máximo atingido pelo Guaíba na enchente do último maio, de 5,5 metros. A estrutura sofreu três rompimentos durante a enchente de maio, causando o alagamento de parte do bairro na zona norte de Porto Alegre. Antes das intervenções, o dique tinha cota variável entre 4 e 4,5 metros.
A obra teve início em agosto do ano passado e é realizada pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), englobando cerca de 1,1 km entre as Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) 9 e 10. É usada argila de jazidas pré-selecionadas para compor a nova estrutura.
Conclusão depende de reassentamento de moradores
O prazo inicial para a conclusão seria em abril deste ano. No entanto, segue pendente na obra emergencial a parte que, atualmente, é habitada de forma irregular, segundo a prefeitura. De acordo com o Dmae, o seguimento do trabalho só poderá ser feito após as famílias do local serem reassentadas.
A realocação dessas pessoas é papel do Departamento Municipal de Habitação, que faz isso por meio dos programas Compra Assistida, do governo Federal, e o Estadia Solidária, da própria prefeitura.
Conforme o levantamento da prefeitura, desde junho foram enviados 555 cadastros de moradores entre o dique e a via paralela a ele, a Rua Aderbal Rocha de Fraga. Das famílias que moram nessa rua, 62 são as mais importantes de serem reassentadas, pois estão nas casas que impedem o Dmae de seguir a obra com segurança.
O Demhab estima que os moradores da Rua Aderbal Rocha de Fraga que precisam se mudar encontrem um novo local para morar em fevereiro. Depois, até maio, o departamento planeja que estejam com os nomes na lista de habilitados moradores de demais áreas atingidas pela enchente como Humaitá, Vila Farrapos e outros trechos críticos do Sarandi.
Terminadas as obras de emergência, o plano do Dmae é aumentar a proteção do dique do Sarandi para 7 metros. A proposta leva em conta o projeto original das estruturas, elaborado entre as décadas de 60 e 70 pelo extinto Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS).
Produção: Fernanda Axelrud