Nem mesmo o avançar das horas faz com com três abrigos provisórios da zona norte de Porto Alegre desmobilizem a ação. Na virada de quarta para esta quinta-feira (9), a reportagem visitou pontos em que resgatados das enchentes estão sendo acolhidos.
No ginásio do SESC Protásio Alves, cerca de 300 pessoas estão abrigadas. Por volta das 23h, voluntários se revezavam entre o apoio nos banhos — que ocorrem nos vestiários dos atletas —, no controle dos medicamentos de cada um, no lanche e na recreação para as crianças. Entre os colchões, a maioria fruto de doações, foram instalados tatames, usados nas aulas de ginásticas e de artes marciais, para que ninguém levante pisando diretamente no chão frio. Naquele instante, cerca de 50 voluntários atuavam entre essas e outras funções. As arrecadações ocorrem também na madrugada.
— As doações mais necessárias são roupas íntimas, desodorante roll-on sem álcool, roupas de inverno e areia de gato, pois temos cerca de 45 pets em um espaço preparado para eles ao lado do ginásio. Basta chega na portaria do SESC, na Protásio Alves, que é 24 horas — explicou Daniel Sperb, diretor da unidade, em entrevista ao vivo para a Rádio Gaúcha.
Na Igreja Batista Brasa Zona Norte, o local onde ocorrem os cultos e celebrações virou o aconchego de aproximadamente 140 pessoas e tem previsão de receber outras mais. Na chegada da reportagem, equipes da saúde agiam prontamente para medir a temperatura de um bebê com febre.
O espaço, na Rua Dona Alzira, recebe todos os tipos de doações e também serve como centro de distribuição.
— Temos também veterinários, pessoal da cozinha, seguranças... são exatamente 36 voluntários acordados a madrugada toda, de um total de 160 voluntários da igreja durante o dia todo — acrescentou o pastor Ricardo Glavam.
Um outro ponto da região que também conta com voluntariado 24 horas por dia é o Colégio Mesquita, na Avenida do Forte. Por lá, são 200 pessoas recebendo o acolhimento. Embora a reportagem não tenha tido acesso aos espaços onde dormiam, foi possível perceber a mobilização intensa dos auxiliares, sobretudo com relação às informações para quem chegava.
— O que mais é necessário, no momento, são alimentos para completar a cesta básica, além de roupas masculinas e femininas tamanho grande — reforçou a voluntária e estudante de Relações Públicas Luíza Stumpf Rockstroh.