Na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bairro Jardim Botânico, em Porto Alegre, além de espaço para o acolhimento de famílias desabrigadas, há um local para seus animais de estimação. Cerca de 600 pessoas estão no ginásio da instituição, e 80 animais ficam em barracões com lonas na área externa montados pelos voluntários.
Como as barracas foram improvisadas às pressas, estão comprometidas com goteiras e vazamentos. Por isso, os voluntários buscam ajuda para conseguir uma estrutura mais adequada, que garanta proteção aos pets.
— A gente vai indo assim, puxa uma lona, arranja um contêiner. Estamos tendo que trocar os animais de lugar o tempo todo para não molhar eles. Queremos conseguir uma estrutura para a gente poder manter esses animais aqui, perto dos seus tutores, mas com uma condição boa, salubre para eles — explica a professora substituta da Faculdade de Veterinária da UFRGS, Tatiana Vieira, que é uma das voluntárias.
O grupo é formado por técnicos, alunos e professores da faculdade, bem como do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS, além de pessoas de fora da instituição que decidiram ajudar. Todos os animais no local passaram por avaliação clínica e tratamento, além de estarem recebendo cuidados diários, incluindo alimentação e passeios.
Os voluntários buscam uma forma de conseguir contêiners e tendas impermeáveis para abrigar melhor os animais, além de caminhões do tipo Munck para auxiliar na montagem das estruturas metálicas. Qualquer ajuda é válida – são aceitas doações de lonas grandes, para proteger os cães das goteiras, e de cobertas, mantas e roupas para cachorro, já que as temperaturas devem cair na Capital.
— Nossa estrutura está precária, do ponto de vista de oferecer o mínimo de qualidade e segurança para os animais. Estamos em contato com empresas para conseguir duas tendas grandes, com compensado naval no piso, para proteger da umidade. Estamos fazendo um esforço para não remover esses animais daqui, porque eles ajudam até no aspecto emocional. Os tutores vêm aqui e passeiam com eles, as crianças também. São pessoas que perderam tudo — explica o vice-diretor da Faculdade de Veterinária, Marcelo Alievi.
Os amigos de quatro patas no local são todos de famílias desabrigadas que estão sendo atendidas no local. Como são poucos gatos, a maioria fica junto dos tutores no ginásio, e os cães ficam no espaço improvisado no pátio, expostos às intempéries. Alguns deles são mais agitados, por isso, estão sendo utilizados gradis de isolamento para evitar que entrem em conflito.