O Batalhão de Choque da Brigada Militar dispersou um grupo de manifestantes que tentava impedir a demolição de um muro entre o Museu Joaquim Felizardo e uma casa que estava ocupada na Rua João Alfredo, bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre.
De acordo com a prefeitura, o imóvel está inventariado e há um mandado judicial para demolição do muro. O trabalho se iniciou no dia 4, mas foi interrompida pela resistência dos ocupantes do imóvel.
O procurador do município André Marino Alves diz que a ação foi ajuizada porque o muro apresentava risco aos ocupantes do imóvel e aos visitantes do museu e não houve providências da parte dos proprietários ou ocupantes do local. O risco de queda teria sido apontado por laudo da Defesa Civil.
Os manifestantes, porém, dizem que a decisão é ilegal e não prevê a retirada dos ocupantes. Eles permaneceram em frente ao imóvel até por volta de 14h, quando foram dispersados pelo Batalhão de Choque. Os manifestantes alegam ainda que a demolição do muro prejudica a estrutura da casa.
A Brigada Militar diz que duas pessoas foram detidas na ação, uma delas por desacato e a outra por dano ao patrimônio, desobediência e resistência. Uma delas teria danificado uma viatura. Um policial, atingido por uma pedra, teria ficado ferido.
O major Demian Riccardi, subcomandante do 9º Batalhão da BM, afirmou que foi dado prazo para que os ocupantes da casa pudessem tirar suas coisas — ele destacou que as pessoas já tinham sido avisadas sobre a decisão judicial.
— Nosso papel era garantir que a ordem fosse cumprida com segurança. Nós solicitamos às pessoas que estavam na propriedade que saíssem do local. Essas pessoas resistiam, mas argumentamos e, num primeiro momento, elas toparam sair — afirmou.
Segundo o major, a confusão se iniciou quando foi necessária a entrada de uma máquina. Neste momento, segundo ele, os manifestantes se deitaram em frente ao local. Riccardi afirmou que houve tentativa de negociar com eles, sem sucesso. Depois, segundo ele, a BM passou a fazer "uso diferenciado da força" para que fosse cumprida a ordem judicial.
— Foi quebrado o vidro de viatura da Guarda Municipal. Jogaram pedras e garrafas na tropa — afirmou.
O major afirmou que a "BM agiu conforme a técnica preconiza".