Com a diminuição do nível do Guaíba, as viagens de catamarã entre Porto Alegre e Guaíba foram retomadas nesta sexta-feira (29). As operações estavam interrompidas nos últimos três dias em razão do alto volume de água.
O retorno dos trajetos representou a volta à normalidade na rotina de trabalhadores que dependem do meio de transporte. GZH acompanhou uma viagem no sentido Porto Alegre- Guaíba e depois uma no sentido inverso. Cada travessia dura entre 25 e 30 minutos.
Na Capital, o percurso teve início no centro, passou pelo Pontal, na Zona Sul, e chegou em Guaíba. A viagem de volta saiu da cidade vizinha, parou no Pontal e o desembarque final no Centro Histórico. Ao todo, são 14 viagens em cada sentido de segunda a sexta-feira, 11 aos sábados e nove aos domingos e feriados.
Passageiros relataram terem enfrentado dificuldades para chegar ao trabalho nos dias em que o serviço ficou paralisado.
A comerciária Alessandra Dapper, 46 anos, precisou utilizar o ônibus para substituir a travessia. Ela diz ter demorado o dobro de tempo para chegar ao destino.
— Deu questão de uns 50 minutos só de transporte. Fora o horário dos ônibus que é bem complicado também. Tive que sair uns 40 minutos antes de casa — conta.
O carteiro Ricardo Biechler, 34 anos, também teve que transitar por terra firme, e utilizou o transporte público pela primeira vez entre as duas cidades.
— No primeiro dia eu cheguei atrasado. Mas, depois, eu comecei a pegar as linhas mais cedo, tive que acordar mais cedo. O trajeto, para mim, dobrou e alterou meus horários — relata.
Transporte é seguro, diz comandante
Segundo o comandante do catamarã, Cícero Cardoso, o que afetou a operação nos últimos dias foi o acesso das pessoas aos terminais. Mesmo com o nível elevado do Guaíba, ele diz que seria possível manter a navegação.
— O que causou a interrupção foi o fechamento das comportas, os efeitos na terra firme. O Catamarã é um transporte muito seguro e conseguiria trafegar normalmente — assegura.
Às 6h, o nível do Guaíba no Cais Mauá apontava para 2m73cm. No auge da enchente, na última quarta-feira (27), o volume alcançou a marca de 3m18cm, o pior cenário desde 1941.