Com o fim do desfile da novíssima escola Filhos de Maria, nos minutos finais deste domingo (9), terminaram as apresentações do Grupo Bronze e também o Carnaval 2022 de Porto Alegre. Quem esteve no Complexo Cultural do Porto Seco nas três noites aguarda, agora, pelo momento de conhecer as notas dos jurados. A apuração ocorre na tarde de terça-feira (10).
O público desta terceira noite foi inferior aos anteriores com menos da metade da capacidade das arquibancadas e camarotes ocupada. Quem marcou presença, porém, tratou de aproveitar. As convidadas Os Filhos de Candinha e Império dos Herdeiros abriram as apresentações. Em seguida, seis escolas entraram na passarela para conquistar uma das quatro vagas que garantem acesso ao Grupo Prata no ano que vem.
A competição começou com a Academia de Samba Cohab Santa Rita, de Guaíba. O tema escolhido pela Cohab Santa Rita foi a coragem, especialmente para lutar contra a intolerância. Apesar de um desfile enérgico e de qualidade, o único carro alegórico teve problemas e não entrou na passarela. A fatalidade põe a escola em situação de risco, visto que as duas agremiações com as menores notas só voltam ao sambódromo se convidadas. Ou seja, não haverá mais o Grupo Bronze.
Quem se credenciou bem, não apenas para ascender de grupo como também para conquistar o troféu, foram as duas escolas seguintes: Protegidos da Princesa Isabel, de Novo Hamburgo, e Unidos do Guajuviras, de Canoas.
A escola do Vale do Sinos levou para a avenida um enredo romântico: "Tem um triângulo amoroso na tricolor: Arlequim, Colombina e Pierrô". Já a verde, ouro e branco da Região Metropolitana, apostou em um tema ambiental: o respeito à Amazônia.
A Mocidade Independente da Lomba do Pinheiro resgatou a história da sua região, na zona leste da Capital. O desfile fez referências aos tempos em que o bairro era um trecho rural. A cultura, os empreendedores, as tribos, os times de futebol e os CTGs estavam no enredo.
Acadêmicos da Orgia, que respira tradição, propôs um passeio histórico pelo bairro Santana, em Porto Alegre. O próprio samba continha na letra, por exemplo, referências aos antigos carnavais que aconteciam na região. Na primeira alegoria, estavam o mascote Zé Carioca, Jerônimo de Ornellas (que dá nome a uma das ruas e foi um dos primeiros habitantes do bairro) e o Planetário, que fica próximo à sede da escola.
A caçulinha Filhos de Maria, escola fundada em 2019, não demonstrou acanhamento por não ter a mesma longevidade das coirmãs. Na passarela, um enredo sobre os 30 anos da Orquestra Villa-Lobos. Não faltou o Trenzinho do Caipira. No entanto, o que mais chamou a atenção foi a presença das crianças da EMEF Heitor Villa Lobos, que fica na Lomba do Pinheiro. Com elas, veio a mensagem e o exemplo próprio de como a música possui poder educador e transformador.