A UPA Moacyr Scliar, na zona norte de Porto Alegre, voltou a realizar atendimentos nesta quarta-feira (24). A unidade havia restringido às consultas após esgotar a capacidade operacional ontem (23). O atendimento é voltado para pessoas com ou sem suspeita de covid, mas somente em estado grave. Às 18h, o local abrigava 35 pacientes em observação — sendo 27 na ala reservada para casos covid-19. Desses, seis esperavam por um leito de terapia intensiva em hospitais da Capital. A capacidade da UPA é para 17 leitos.
— Estamos retomando o atendimento e orientando, na chegada, a permanência da restrição somente para casos graves. Dependendo da queixa do paciente e do que for avaliado de sintomas, se for de menor risco, o encaminhamento será feito para uma unidade básica — explicou a gerente da UPA Moacyr Scliar, Jaqueline Cesar Rocha.
Ao longo do dia, pacientes foram encaminhados para receberem atendimento em hospitais. Mesmo assim, a unidade segue com superlotação. Segundo a direção da UPA, a retomada dos atendimentos é necessária diante da condição dos demais pronto-atendimentos de Porto Alegre.
Filas diminuem em outros pronto-atendimentos, mas espera chega a 3 horas
Moradores que buscam atendimento em três prontos-atendimentos (PAs) de Porto Alegre na tarde desta quarta-feira (24) e que estão com sintomas da covid-19 reclamam da demora para serem atendidos. Na unidade da Bom Jesus, na zona leste da Capital, o número de pessoas à espera de uma consulta diminuiu na comparação com a manhã. Mesmo assim, pacientes aguardaram até três horas pelo atendimento:
— Cheguei aqui às 13h e estou com sintomas da covid-19. Estou cansada e com dificuldades para falar. No posto de saúde do meu bairro não quiseram me atender e mandaram para cá — contou a desempregada Cristiana Machado Matos, 44 anos, minutos de ingressar na unidade, às 16h05min.
De acordo com dados da prefeitura de Porto Alegre, o pronto-atendimento da Bom Jesus terminou o dia com uma superlotação de 400%. Às 17h, eram 28 pacientes para sete leitos. No local, dois aguardavam vaga em leitos de UTI e 19 para leitos clínicos. Na comparação com a terça-feira (21), não havia pacientes aglomerados em filas em frente à unidade durante a tarde. Um segurança controlava a entrada e as pessoas aguardavam sentadas em cadeiras do lado de fora.
Na unidade da Lomba do Pinheiro, pouco antes das 17h, a superlotação era de 311%: 28 pessoas ocupavam um espaço projetado para nove. Na sala de isolamento, onde a capacidade é de um leito, estavam 15 pacientes. Outros seis aguardavam transferência para uma unidade de terapia intensiva (UTI) e 11 estavam na fila de internação. Na unidade, o tempo de espera para atendimento era de 2h. Uma pequena fila se formou do lado de fora, mas todos aguardavam sentados.