No final da noite desta segunda-feira (22), a prefeitura de Porto Alegre decretou que a cidade vai adotar todos os protocolos que constam na bandeira vermelha do distanciamento controlado. Isso é possível porque a cidade, embora esteja na cor preta de acordo com o mapa do governo do RS, está no sistema de cogestão, que permite aos municípios flexibilizar as restrições adotando planos próprios. A regra, que é defendida pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, foi mantida pelo governo do Estado após discussão com gestores municipais.
O decreto da prefeitura afirma que a cidade vai adotar "todas as medidas segmentadas aplicáveis" para a bandeira vermelha. Até esta segunda-feira (22), a cidade estava adotando as medidas previstas na bandeira laranja.
No setor de alimentação, por exemplo, os restaurantes de self-service terão de ser fechados e os demais precisam operar com 50% da capacidade. No comércio, que seria fechado para atividades não-essenciais na bandeira preta, é permitida uma pessoa a cada seis metros quadrados, contra quatro metros quadrados na classificação laranja. Eventos em ambientes fechados ou abertos são vedados. No transporte público, ônibus devem circular com 50% da capacidade, contra 60% na bandeira laranja.
As restrições de atividades entre as 20h e as 5h estão em vigor para todo o Estado, independentemente das bandeiras.
As normas da cogestão não são aplicadas para as atividades presenciais em escolas, mas o governo do RS liberou as aulas na bandeira para Educação Infantil e 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. A Secretaria Municipal de Educação afirmou que irá liberar as aulas a partir de quarta-feira.
Nesta segunda-feira, Porto Alegre atingiu o número mais alto de pessoas com covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) desde o início da pandemia. O painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) indicava 357 pacientes com coronavírus internados em estado grave até as 17h10min desta segunda-feira (22). O recorde anterior havia sido atingido nos dias 2 e 4 de setembro do ano passado, quando foram contabilizados 347 doentes em estado crítico. O teto estimado pela prefeitura para dar conta da doença no município sem colapsar a estrutura é de 383 leitos destinados à pandemia.