
Após decidir por não adotar a cogestão e permanecer em bandeira preta, a prefeitura de São Leopoldo, no Vale do Sinos, não deve restringir o funcionamento do comércio. Regras específicas para o setor atacadista e varejista estão sendo definidas e devem constar em um decreto a ser publicado ainda nesta terça-feira (23).
O prefeito Ary Vanazzi recuou da possibilidade do fechamento total da cidade pelo período de sete dias. A alternativa foi considerada diante da piora dos índices da pandemia do coronavírus no município.
A bandeira preta prevê que o comércio atacadista e varejista de itens essenciais, seja na rua ou em centros comerciais e shoppings, funcionem de forma presencial, mas com restrições. O número de trabalhadores dever ser de no máximo 25%. O comércio de veículos, o comércio atacadista e varejista não essenciais, tanto de rua como em centros comerciais e shoppings, são obrigados a fechar.
Na tarde desta terça-feira, o movimento na área central da cidade era grande. As lojas funcionavam normalmente nas ruas Independência e Primeiro de Março. Filas foram registradas em casas lotéricas e bancos, além das lojas que controlavam o acesso de clientes à área interna. No comércio, empresários ainda aguardavam a definição da prefeitura sobre os próximos passos na prevenção ao coronavírus.
— Na primeira vez que fechou, no início da pandemia, ficamos 45 dias somente no sistema de entregas de roupas. Mas é fato que o movimento na rua nunca diminuiu. Se voltar a fechar, precisa ser geral. Mas fato é que nenhum lojista suportaria um novo fechamento — diz Leonardo Dias, gerente da loja Peça Rara.
Apesar de flexibilizar a abertura do comércio, a prefeitura afirma que ainda permanece em bandeira preta. O município reforçou que adotará a suspensão de atividades das 20h às 5h da manhã, mesmo período em que o governo do Estado.
No Hospital Centenário, dois novos leitos na unidade de tratamento intensivo (UTI) foram abertos nesta terça-feira para atender a demanda de casos graves da covid-19. Com isso, a taxa de ocupação na UTI Covid chega a 120%. Na enfermaria covid, 19 pacientes estão recebendo atendimento, o que representa 80% da capacidade.
A instituição decidiu ainda reduzir em 50% a realização de cirurgias eletivas a partir desta quarta-feira (24). A decisão não afeta as intervenções médicas de emergência.