A Procuradoria-Geral do Município (PGM) vai ingressar com ação de reintegração de posse para retirar as famílias que invadiram um prédio pertencente à prefeitura na Rua Baroneza do Gravataí com a Rua Dezessete de Junho, no bairro Menino Deus. Nesta quarta, representantes do órgão e de outras entidades estiveram no local, que consideraram impróprio para moradia nas atuais condições. O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) interrompeu o fornecimento de água no edifício.
Desde o dia 28 de março, sete famílias estão vivendo no local. São 20 adultos e 13 crianças que fazem parte da chamada "Ocupação da Baronesa", movimento que diz ter como objetivo a "luta pelo direito de morar e contra o abandono da cidade e dos seus cidadãos".
O prédio possui dois andares e, antigamente, havia sido cedido pela prefeitura para a Brigada Militar (BM). No entanto, estava desocupado há alguns anos.
No dia 25 de março, parte da estrutura pegou fogo – quem passa pelo local consegue ver que boa parte do teto do prédio está destruído. Os moradores disseram que entraram depois do incêndio, pois perceberam que se tratava de um imóvel público sem utilização.
– A gente veio reivindicar moradia digna. Temos crianças. Todas estão ambientadas no bairro. Antes, esse local era de consumo de entorpecentes. Agora, limpamos tudo. Temos recebido apoio dos vizinhos. Não queremos ser despejados e não aceitaremos nada que não seja definitivo para as famílias – disse a coordenadora do Movimento, Alice de Oliveira Martins.
Nesta quarta-feira, representantes da PGM, Fundação de Assistência e Cidadania (Fasc), Conselho Tutelar e BM estiveram no local. De acordo com o procurador Armando Domingues, o objetivo foi fazer um levantamento da área.
– Viemos para colher dados de quantas pessoas moram no local, saber a situação das crianças, entre outras coisas. Eles estão em risco, pois há energia elétrica irregular e a estrutura do prédio é precária. Será feito um relatório e iremos ingressar com a ação de reintegração de posse – disse.
O Dmae também esteve no local e interrompeu o fornecimento de água no edifício. Segundo análise da equipe, o prédio tinha ligação clandestina.