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Celebrado nesta segunda-feira (15), o Dia Mundial do Ciclista foi lembrado na manhã deste domingo (14) na Capital com o 2º Pedal da Paz, promovido pela EPTC. Mais de 400 pessoas fizeram um trajeto de 12 quilômetros de ida e volta entre a Usina do Gasômetro, pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva até a Avenida Diário de Notícias, no Barra Shopping Sul.
Entre ciclistas de todas as idades, quem mais chamou a atenção durante a concentração na Praça Júlio Mesquita foi um grupo vestido com fantasias de super-heróis, em uma ação integrada da Ong Cataventus e da Liga Heróica, grupo que participa de ações beneficentes.
– Nossa ideia é atrair as crianças para pedalar, trazê-las, juntos com os pais, para atividades em parques e praças para que deixem o celular e o tablet um pouco de lado e venham para rua. Que tomem isso como um hábito – explica Erica Mylius, que está à frente da Cataventus.
E a estratégia deu certo. Além de crianças, muitos adultos também foram atraídos pela fantasia de personagens como Homem-Aranha, Scooby-Doo e Pokémon.
– Todo mundo se identifica com um desses heróis e nem é tanto pela roupa que vestimos, mas como isso mexe com a fantasia de cada um, seja criança ou não. É algo que está no inconsciente das pessoas – avalia Haroldo Medina, da Liga Heróica, fantasiado de Scorpion, um dos personagem do jogo de videogame Mortal Kombat.
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Sobre o desafio de andar de bike fantasiado, ninguém se importa. Garantem que pela diversão, vale a pena. Assim que vestem a fantasia, se soltam muito mais.
– A diversão é dupla, porque andar de bicicleta é muito gostoso e estar fantasiado também. Isso cria um encantamento com as crianças – comentou Rosana Kasper, 46 anos, integrante da ong, vestida de Chapeuzinho Vermelho.
– Vale o esforço de pedalar com esta saia cumprida. Amarro na ponta e vou. É muito divertido – comentou Isabelle Coradim, 30 anos, fantasiada de Branca de Neve.
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Pedaladas em clima de Páscoa
Fora do grupo de heróis, o taxista Newton Boa Nova, 65 anos, também aproveitou o clima de descontração. Devido a proximidade da Páscoa, pintou o rosto, calçou pantufas e pedalou vestido de coelho. Mesmo com temperatura a 25ºC no momento da largada, às 10h, garantiu à reportagem que não estava passando calor:
– Estamos na semana da Páscoa, achei apropriado, não faria sentido usar outra coisa – brincou.
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Além dos 12km do percurso, ele fez o trajeto da Vila do IAPI até o Gasômetro de bicicleta. Na visão de Newton, com a magrela é possível apreciar a cidade de forma muito mais intensa do que de carro:
– Andar de bicicleta me dá uma alegria imensa, todos os finais de semana eu pedalo. É um hobby.
Coordenador do clube de ciclistas PedAlegre, Juarez Pereira conta que a atividade é muito mais que um meio de locomoção: proporciona integração social e qualidade de vida. O PedAlegre se reúne todas as terças e quintas para andar de bike pela orla.
– Conheci muita gente através da bicicleta e conheço pessoas que se curaram da depressão e largaram o cigarro depois que começaram a pedalar – comenta ele, que pratica a atividade há 10 dez anos e desde então perdeu 13kg.
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O presidente da EPTC Fabio Berwanger Juliano, que também é ciclista, destaca que o evento fortalece o espírito de confraternização entre as pessoas e estimula o uso da bicicleta na circulação da cidade:
– É um modal sustentável, cada vez mais inserido no nosso trânsito, que não polui, eficiente nos deslocamentos, acessível a toda a população, uma forma saudável de exercício físico e que reduz os congestionamentos.
Após o trajeto, os ciclistas foram convidados a entrar em um ônibus estacionado próximo ao Gasômetro e a sentar no lugar do motorista para perceberem os pontos cegos, onde quem está dirigindo não vê o ciclista e, com isso, identificar os locais onde não devem ficar próximo de um ônibus. Também ao final do passeio, foram eleitos os vencedores da bike mais colorida, a melhor fantasia, grupo com maior número de ciclistas, o ciclista mais jovem, o mais idoso e a bike pet.