Em entrevista ao programa Timeline na manhã desta quarta-feira (16), a delegada Cristiane Ramos, responsável pelo inquérito do suposto caso de homofobia em uma festa de formatura em Porto Alegre, disse que as imagens das câmaras de segurança não mostram com clareza cenas de agressão.
– Tive acesso agora pela manhã à íntegra das imagens do Leopoldina Juvenil. Não conseguimos ver muita coisa nas imagens. Elas mostram que ninguém foi arrastado, por exemplo. Vamos encaminhar ao setor de informatica para tentar melhorar a qualidade do vídeo – disse.
Em um primeiro momento, o clube não havia entregado a íntegra dos vídeos – havia um intervalo de 15 minutos nas imagens.
– Eu acredito que, na tentativa de tentar ajudar a resolver o caso, talvez eles tenham enviado somente as imagens em que as vítimas apareciam – disse.
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De acordo com Cristiane, as imagens que o clube já havia enviado mostram o momento em que o casal Marcus Vinicio Soares Beccon e Raul Silveira Weiss deixam o Leopoldina, escoltados por seguranças:
– As imagens do hall de entrada e do elevador mostram o momento em que o Raul e o Marcus Vinicio são escoltados para fora do clube. Elas mostram quando uma menina do cerimonial chama a segurança, que escolta os dois para a rua. De um lado, o Raul puxa o Marcus Vinicio pela mão, e do outro, o segurança aponta a saída.
Cristiane afirma que entrou em contato com a médica perita responsável pelo exame de corpo de delito pelo qual Marcus Vinicio passou, e que o resultado deve ser negativo para lesão corporal.
A delegada informou que as partes já foram ouvidas, e que os relatos batem com o que já tinham dito em entrevistas. Disse ainda que, em um caso como esse, a polícia também se vale das redes sociais pra buscar informações:
– Fica mais fácil, porque nós também acompanhamos tudo isso pelas redes sociais, justamente procurando alguém que diga "olha, não foi bem assim, eu vi" e que possa servir como testemunha. Além disso, ambos os lados estão me trazendo pessoas que possam confirmar as versões de cada um. Até sexta-feira devemos concluir essas oitivas – garante.
Apuração
"Não conseguimos ver muita coisa nas imagens", diz delegada que investiga suposto caso de homofobia em formatura na Capital
Cristiane Ramos afirmou que imagens de festa serão encaminhadas ao setor de informática da Polícia Civil para melhorar qualidade
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