Uma idosa de 87 anos foi atingida por um trem de carrinhos de supermercado no Bourbon Country, na zona norte de Porto Alegre, no fim da tarde do último domingo (23). Acompanhada da filha Maria Aparecida, 65 anos, nas proximidades da recepção, Terezinha Porto Dias estava parada quando o primeiro dos carrinhos, guiados por um funcionário, a derrubou. Conforme a família, ela caiu e fraturou a mão e o braço.
De acordo com a neta, Luciana Kremer, 42 anos, funcionários do estabelecimento utilizaram um dos próprios carrinhos para prestar socorro à idosa. A parte da frente da estrutura teria sido removida para que Terezinha pudesse entrar, com uma almofada, até chegar o socorro. A avó foi levada para um corredor do estabelecimento onde só entram funcionários e aguardou duas horas por atendimento sentada em uma cadeira comum. A empresa confirma que a idosa foi conduzida até uma sala privada, mas diz que o trajeto foi feito com "um carrinho especial para deslocamento de idosos e crianças com necessidades especiais" (leia trechos da nota no fim deste texto).
Logo depois do atendimento inicial, o Bourbon acionou o pronto-atendimento da Unimed, que sugeriu levá-la para o Hospital de Pronto Socorro – um procedimento padrão, conforme a empresa. A família reclama dessa providência.
– Eles queriam levar a minha avó para um pronto-socorro, pelo SUS, e não iam acompanhar, disseram que o procedimento era esse. Só que a minha avó não caiu sozinha, ela foi atropelada por um funcionário do Bourbon, não seria justo – disse Luciana, que tornou o caso público em uma postagem no Facebook.
A família decidiu, então, que Terezinha deveria ser encaminhada para o Hospital Mãe de Deus, onde foi realizado atendimento particular. De acordo com Luciana, o médico informou que a idosa teria de fazer uma cirurgia para não perder parte dos movimentos da mão, mas a opção foi descartada devido aos riscos que a anestesia poderia oferecer à saúde de Terezinha. A filha e a neta registraram ocorrência e acionaram um advogado.
– Nós queremos que, pelo menos, eles deem assistência médica para ela, o atendimento é muito caro. Nós queríamos que eles fossem solidários, já que foram eles que causaram isso. Ela colocou gesso e fará outras consultas nas próximas semanas – explica Luciana.
Contraponto
O que diz a rede Zaffari, em nota:
A empresa informou que, após o acidente, Terezinha foi atendida "imediatamente atendida por funcionários da loja, que a conduziram até sala privada em um carrinho especial para deslocamento de idosos e crianças com necessidades especiais".
Ainda de acordo com a nota, "ela permaneceu acompanhada pelos funcionários e sua filha, até a chegada da equipe médica da Unimed, aguardando em uma cadeira da rodas. A equipe da Unimed, seguindo procedimento padrão, sugeriu deslocá-la até o Hospital de Pronto-Socorro (HPS). Entretanto, os familiares da cliente optaram por conduzi-la ao Hospital Mãe de Deus, para onde foi levada pela equipe da Unimed, em ambulância".