Usuários do sistema de aluguel de bicicletas em Porto Alegre irão deparar com novidades nos próximos meses. Bikes e estações serão substituídas por outras, mais modernas, e um dos principais entraves ao uso do BikePoa promete estar com os dias contados: não será mais necessário ter um smartphone ou cartão de crédito para pedalar.
O novo sistema, apresentado na manhã desta quinta-feira, em São Paulo, ainda não tem data definida para ser implantado. A ideia é que todas as cidades que atualmente contam com as bicicletas do Itaú Unibanco tenham migrado até o fim do ano – segundo o banco, as negociações com a capital gaúcha estão entre as mais avançadas.
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Diferentemente do que ocorre hoje, o pagamento pelo aluguel das bikes poderá ser feitos de diferentes formas. Além da possibilidade de realizar o procedimento pelo aplicativo, como já funciona atualmente, um totem nas estações permitirá que qualquer pessoa retire uma bicicleta pagando com cartão de crédito. A maior novidade, no entanto, são passes semestrais e anuais, que devem ser vendidos mediante um cadastro em pontos físicos instalados pela cidade e aceitarão pagamento em dinheiro. O novo sistema permitirá, ainda, que o BikePoa seja integrado com outros modais, como o cartão TRI – a decisão ficará a cargo da prefeitura.
– A facilidade para retirar a bike é o maior ganho direto para o usuário com a mudança do sistema. Mas ele também vai perceber um ganho de qualidade – diz o CEO da Tembici, Tomás Martins.
Quem costuma utilizar as bicicletas laranjas para se deslocar pela cidade também deve sentir nas pernas a diferença com a mudança das bikes. O novo modelo, fabricado pela canadense PBSC, que alimenta os sistemas de cidades como Melbourne, Londres e Toronto, promete ser mais confortável e eficiente que o atual, marcado por problemas.
As bicicletas ficaram mais leves, tiveram o aro reduzido (de 26 para 24), e ganharam iluminação ativa (quando as luzes são acionadas pela pedalada). O banco terá mais opções de regulagem de altura, e o antigo cesto laranja deu lugar a um bagageiro com elástico, que possibilitará o transporte de volumes maiores. As estações permitirão que os usuários sinalizem possíveis problemas no ato da devolução da bicicleta, alertando que a bike não está em condições de uso.
– As bicicletas ficaram mais robustas, e isso vai melhorar o serviço. Por enquanto, manteremos as 40 estações, mas podemos avançar nos próximos meses – afirma o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Marcelo Soletti, acrescentando que há a intenção de integrar o sistema ao cartão TRI caso haja viabilidade operacional e de custos.
Conforme o Itaú, cada prefeitura ficará responsável por fixar o valor do serviço – em Porto Alegre, a princípio, não deve ocorrer aumento. Os passes semestrais e anuais, no entanto, valerão em qualquer cidade que utilize o mesmo sistema de aluguel de bikes – no Brasil, além de Porto Alegre, São Paulo, Salvador, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte contam com as laranjinhas.
*A repórter viajou a São Paulo a convite do Itaú