Um grupo de motoristas do Uber está organizando uma paralisação do serviço a partir das 14h desta quarta-feira, quando a empresa anunciou que passará a aceitar dinheiro como na forma de pagamento das corridas – o que antes só era possível por meio de um cartão de crédito e conta no PayPal.
Conforme uma condutora, que preferiu não se identificar por temer represálias da empresa, o protesto começou a ser organizado na segunda-feira, em um grupo de WhatsApp. A ideia da paralisação surgiu depois que muitos motoristas mostraram-se insatisfeitos com a mudança na forma de pagamento anunciada pela empresa, que teria sido feita de forma unilateral. Eles afirmam que isso trará mais insegurança para a categoria. O protesto deve começar a partir das 14h, quando começa o pagamento por dinheiro.
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– Reivindicamos segurança, pois o que nos levou para o Uber foi o fato de que não lidamos com dinheiro. Ainda assim, alguns colegas foram assaltados por criminosos que acionaram a corrida com cartões de crédito clonados, os ameaçaram com revólver e levaram o carro. A partir do momento em que tivermos que lidar com dinheiro, o risco aumenta. Poderemos ser abordados por qualquer pessoa – desabafa a condutora.
A motorista ainda acrescentou que, por causa da medida, vários colegas estão tentando migrar para outros aplicativos que prestam o mesmo serviço, como o Cabify.
– O protesto é a forma que a gente tem para mostrar o nosso descontentamento. Essa mudança foi unilateral, eles apenas mandaram um e-mail e um vídeo explicativo, não fomos consultados – completa a motorista.
Em resposta, o Uber diz que oferecer pagamentos em dinheiro torna a plataforma mais democrática e inclusiva. Quanto à segurança, a empresa afirma que os motoristas parceiros contam com um número de telefone 0800 para casos de emergência e lembra que todas as viagens são rastreadas utilizando GPS. Também diz que a "avaliação mútua" após cada viagem é importante porque o usuário também pode ser desconectado da plataforma se tiver uma média baixa de avaliações ou conduta que viole os termos de uso. A empresa diz ainda que os parceiros contam também com uma equipe de suporte que analisa todos os incidentes, caso a caso.