Sonegômetro nacional chega a Porto Alegre com marca de R$ 339 bi

Pela primeira vez, Porto Alegre conta com o sonegômetro nacional, que é apresentado nesta quinta-feira (18) no Largo Glênio Peres, no Centro da cidade, com a marca de R$ 339.666.000,00 sonegados desde janeiro. O valor é referente a irregularidades estimadas neste ano envolvendo 13 impostos em todo o país.

Desde abril, Porto Alegre tem o marcador estadual instalado, que passou a contabilizar os prejuízos com sonegação ao tesouro gaúcho, que somam R$ 4.570.000,00 apenas com o ICMS desde janeiro. 

O ato desta quinta-feira é organizado pelo sindicato dos técnicos tributários da Receita Estadual (Afocefe) junto com o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) e busca chamar a atenção para os valores que deixam de entrar como contribuição. Uma lavanderia com cerca de dez metros de altura foi exposta simbolizando a lavagem do dinheiro que deveria entrar nos cofres públicos.

A dívida ativa de empresas com tesouro estadual soma R$ 39 bilhões. Essa é a parte visível para a Receita Estadual, da qual, segundo a Afocefe, somente 15% são passíveis de recuperar. O restante envolve valores que já prescreveram. Em 2015, o montante recuperado pela Receita Estadual foi de aproximadamente R$ 600 milhões.

Segundo o presidente da Afocefe, Carlos Demartini, a intenção é expor a necessidade de existir uma maior fiscalização. Para isso, é necessário o acréscimo de técnicos aprovados no último concurso, que não teve nomeados e que prescreve no próximo mês conforme Demartini.

O presidente da Afocefe cita a falta de percepção de risco por parte da população como um dos principais motivos para a sonegação se manter elevada no país. Ele lembra as barreiras realizadas em oito cidades gaúchas há cerca de um ano para combater inadimplência envolvendo IPVA. Demartini afirma que entraram R$ 98 milhões nos cofres públicos referentes ao imposto veicular em um período de 48 horas após a ação.

Outro ponto a ser combatido em busca de maior arrecadação é o contrabando, que, segundo levantamento da Fecomércio-RS divulgado em março, aumentou 15% em 2015, totalizando R$ 115 bilhões em perda para o Rio Grande do Sul.