Até o final do mês, comerciantes das barracas localizadas na Usina do Gasômetro terão de deixar o local para o início da reforma da Orla do Guaíba. No lugar das 18 bancas, tapumes, máquinas e funcionários permanecerão por, pelo menos, um ano e meio. A mudança deixa os comerciantes desconfortáveis - principalmente porque, provavelmente, eles não voltarão após a reforma.
"Para nós vai ser um baque tremendo", afirma Marcelo Oliveira, vendedor de cachorro-quente da Usina do Gasômetro.
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O projeto do arquiteto curitibano Jaime Lerner prevê seis bares no local, onde, atualmente, estão as bancas de churros, cachorro-quente e água de coco, entre outras. A prefeitura não sabe dizer ainda em que moldes será a exploração comercial do novo negócio. Mas, de acordo com a Secretaria de Governança, responsável pela negociação com os concessionários, eles não ficarão desalojados.
Barracas localizadas na Usina do Gasômetro
Foto: Lara Ely
Entre os locais estudados para a permanência das barracas no período da obra estão o estacionamento da Secretaria Municipal de Esporte (SME) e a Pista de Skate, no Parque Marinha, e a calçada do Anfiteatro Pôr-do-Sol. Pela proximidade com a atual localização, o último ponto é o destino mais provável.
Segundo a secretaria, ainda faltam definições técnicas sobre instalação de água e luz para os quiosques, o que deve ser acertado até o final da semana que vem.
Segurança preocupa comerciantes
Instalados no principal cartão postal da cidade por períodos entre 10 e 20 anos, comerciantes como Sônia Welter de Ávila questionam a condição de segurança no novo ponto.
- O Anfiteatro não tem segurança alguma. A gente precisa de um local seguro para trabalhar - afirma.
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Outra preocupação é em relação ao destino após a obra. Para a vendedora de churros Vera Conceição, os comerciantes não possuem garantias sobre onde irão trabalhar após os 18 meses de reformas. Segundo ela, a orla é um espaço público democrático que oferece opção de lazer para públicos de vários níveis sociais, inclusive o de baixa renda.
- Privatizar o local com bares caros seria uma forma de elitizar esse espaço que é de todos - afirma a vendedora.
*Zero Hora

