Dentre as centenas de vagas abertas pelo Uber no mundo e entre pelo menos seis no Brasil, uma chama a atenção: a de gerente geral em Porto Alegre. Isso porque, até então, não havia nenhum indício real de que a empresa, que oferece caronas pagas em carros cadastrados, operaria na capital gaúcha.
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A Zero Hora, nesta sexta-feira, a assessoria de imprensa, mais uma vez, repetiu que "não há planos de expansão para a Uber no Brasil". Atualmente, ela está presente em quatro cidades brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
A empresa não explicou, no entanto, por que há uma vaga aberta para Porto Alegre - que está publicada, em inglês, no site oficial do Uber com a opção de "inscreva-se".
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Segundo a descrição, a empresa de caronas busca um profissional com experiência de seis anos ou mais na área de marketing e gerência para a posição "mais exigente que o Uber tem para oferecer" e que por isso exige "talento, coragem e liderança" (em tradução livre).
O profissional seria responsável por desenvolver o serviço na cidade, representar a marca junto a lideranças locais e "lidar com preocupações regulatórias e políticas locais" - o que pode mesmo ser um problema em Porto Alegre.
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De acordo com o presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, a lei 11.582, de fevereiro de 2014, classifica o serviço prestado pelo Uber como "clandestino". Isso porque o serviço precisaria de autorização do poder público, ou seja, as permissões de táxis. A multa para o transporte clandestino na Capital é de R$ 5,5 mil, além da apreensão do veículo.
Cappellari disse desconhecer a vaga anunciada pelo Uber, mas reforçou a posição da prefeitura:
- Não temos nada contra o aplicativo, só vamos fazer cumprir a lei. Em Porto Alegre, é necessário ter permissão do município, controle de frota, vistorias regulares, motoristas cadastrados e treinados - declara.
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Assim como no restante do país, onde taxistas vêm fazendo protestos contra a empresa, o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi) se posiciona contrário ao aplicativo e anuncia:
- Se vierem mesmo para cá, vamos, sim, fazer protestos, porque a categoria é contra - adianta o presidente da Entidade, Luiz Nozari.
Na visão do sindicalista, a iniciativa não é prejudicial apenas aos taxistas:
- Pode parecer muito bacana e bonito para quem pega um smartphone e chama um carro, mas e se der problema? Pode reclamar no site da Uber, mas e se for maior ou mais grave, não terá a quem recorrer. Não vai poder processar ninguém, pois é uma relação comercial - disse Nozari.