* Zero Hora
Já apresentada como a estação que transformará o Guaíba em um manancial de água despoluída, a ETE Serraria, mesmo funcionando em sua capacidade máxima, não será capaz disso sozinha. O alerta vem do engenheiro André Luiz Lopes da Silveira, diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS que, apesar de considerar o empreendimento um ganho extraordinário para a limpeza do curso d'água, ressalta que os benefícios ambientais podem ser mascarados pelo esgoto que chega da Região Metropolitana sem tratamento.
Inaugurada há um ano, ETE Serraria já trata 50% do esgoto da Capital
ETE Serraria deve receber licença ambiental, mas mau cheiro incomoda
Além disso, a poluição das águas dos rios Caí, Gravataí e Sinos, onde estão instaladas empresas de alto impacto ambiental, também interfere na qualidade da água do Guaíba.
- Até mesmo na Capital existem bairros que não contam com rede de esgoto, e esses resíduos continuam indo in natura para o Arroio Dilúvio - complementa.
O biólogo Evandro Colares, diretor de Tratamento e Meio Ambiente do Dmae, explica que o monitoramento da qualidade da água do Guaíba é feito mensalmente, por meio de análises em mais de 20 pontos. Conforme o último estudo de avaliação da qualidade da água (IQA) publicado pelo Dmae, de 2012, as águas do Guaíba foram classificadas como regulares, a partir do sistema de classificação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Desde o início das operações da ETE Serraria, as coletas tem sido feitas, mas os resultados ainda não foram avaliados para indicar se já é possível perceber melhoria. O engenheiro Valdir Flores destaca que avaliações feitas no Dilúvio já indicaram uma redução na quantidade de contaminantes.