São Francisco, uma das mais belas cidades dos Estados Unidos, está coberta de fezes humanas. Um artigo publicado no jornal The New York Times este mês alerta para o drama de 7 mil moradores de rua, em um universo populacional de 800 mil habitantes: a carência de banheiros públicos.
A situação motiva iniciativas como a do consórcio de empresas que criou mictórios móveis, equipados com pia, que servem também como floreiras. Concluída a fase de testes, o objetivo agora é reunir fundos para que o serviço continue sendo prestado.
Outro projeto prevê sanitários que dispensam o uso de água, embalando os dejetos sólidos em filme plástico biodegradável. Um terceiro programa, o LavaMae, disponibiliza ônibus adaptados com chuveiros para os sem-teto. Serão quatro coletivos ainda neste semestre.
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Do outro lado do mundo, o governo japonês celebrou um recorde em 2014. A megalópole Tóquio, com 38 milhões de habitantes, teria chegado ao mais baixo número de moradores de rua em anos: 1.697. A receita incluiu medidas na área de bem-estar social: abrigo temporário, serviço de orientação para o mercado de trabalho e inclusão dos mais velhos na cobertura do serviço público de saúde.
- Tóquio fez um trabalho magnífico nos últimos 20 anos. Construiu-se uma política mais orientada, sensível, com forte participação de ONGs - comenta Maria Cecilia Loschiavo, filósofa, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) e estudiosa do tema design e moradores de rua.