Alguns presos na operação que desarticulou uma quadrilha responsável por abortos clandestinos em Porto Alegre são reincidentes. Segundo a polícia, a proprietária da clínica, Neide Ibias, e a recepcionista, Loeci Cabral de Souza, já haviam sido presas em Porto Alegre há 20 anos pelo mesmo crime. Naquela ocasião, elas pagaram fiança e foram liberadas.
Outros presos na operação são parte de processos de 2010 no Tribunal de Justiça, mas ainda não há a confirmação se eles foram condenados ou não. Segundo a polícia, na época eles atuavam em uma clínica de aborto no Centro da Capital.
A proprietária da clínica não estava no local quando foi deflagrada a operação, na tarde de quarta-feira. No entanto, o delegado Cleber Ferreira confirmou que ela será intimada a depor.
"Estamos buscando a ficha de todos os presos e vamos chamar a dona da clínica para depor", conta.
Sete pessoas foram presas ontem na clínica de luxo localizada no Bairro Floresta. De acordo com a investigação, eles cobravam R$ 5 mil por procedimento.
Investigação
Durante cinco meses, a reportagem da Rádio Gaúcha investigou uma rede de médicos, enfermeiros, agenciadores e seguranças que chegavam a realizar até cinco abortos por dia em uma clínica em Porto Alegre. Durante a apuração, a reportagem constatou que essas pessoas atuavam dentro de uma organização criminosa, formada por núcleos na Capital gaúcha e também em São Paulo.
Agenciadores encaminhavam pacientes para a clínica, no Bairro Floresta, e também comercializam medicamentos abortivos para vários estados do Brasil. A reportagem entregou as provas para a polícia, que cumpre busca e apreensões nesta quarta-feira.
Policiais se passaram por clientes para prender quadrilha que realizava abortos