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Usuários de planos de saúde habituados a retirar remédios em postos de saúde da rede municipal de Porto Alegre não poderão mais contar com o benefício. A Secretaria Municipal da Saúde admitiu, nesta terça-feira (27), que a medida irá entrar em vigor, mas não estipulou data. Falta de recursos e descontrole na distribuição são algumas das razões para a mudança. Segundo a secretaria, Porto Alegre gastou, em 2010, R$ 13 milhões em assistência farmacêutica. O valor deve chegar a R$ 27 milhões este ano.
"Nós dispensávamos os medicamentos para receitas que não eram do Sistema Único de Saúde (SUS) porque, em 2010, tínhamos recursos suficientes. Era possível atender a todos, mas neste momento não é mais. O SUS não é obrigado a fornecer medicamentos ou exames para quem não está dentro do sistema. O SUS não é complementar", afirma o secretário da Saúde de Porto Alegre, Carlos Henrique Casartelli.
Atualmente, Porto Alegre possui 13 farmácias distritais e 154 unidades básicas, todas distribuem medicação. Pela falta de informatização em alguns postos, a secretaria também irá concentrar a entrega de remédios nas farmácias distritais e em parte das unidades de saúde. As farmácias populares serão opção para os cidadãos.
O secretário da Saúde também afirmou que há defasagem nos recursos repassados pela União e pelo Estado. Segundo Carlos Henrique Casartelli, o governo federal paga R$ 5,10 por ano por habitante de Porto Alegre a título de assistência farmacêutica. O Estado paga R$ 2,36. O valor da prefeitura, hoje, é de R$ 11.
O secretário da Saúde de Porto Alegre admitiu, também, que há falta de medicamentos. São 14 remédios, alguns para o tratamento da diabetes e da hipertensão. Segundo Carlos Henrique Casartelli, a falta ocorre por atrasos de fornecedores, que estão sendo cobrados pela Secretaria da Fazenda.