
A polêmica sobre a mudança na cor da camisa da Seleção Brasileira chegou à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e aos corredores do Congresso Nacional. Ao menos dois deputados estaduais gaúchos usaram a tribuna, nesta terça-feira (29), para apontar discordância com a possibilidade de alteração das cores usadas no fardamento.
— Espero que seja mentira, brincadeira, essa possibilidade de uma camisa nova, com uma nova cor para a Seleção Brasileira. Eu sei onde eles querem chegar: eles querem criar uma opção (de camisa) para aqueles que não querem usar o amarelo porque há uma identificação política — disse o deputado Issur Koch (PP).
Para o deputado, trocar a cor da camisa é uma perda de tempo.
— Eu quero acreditar que estamos indo atrás de uma notícia sem pé nem cabeça. Criar uma cor de camisa para quem quer se identificar com uma ala política diferente é muita perda de tempo — completa Issur Koch (PP).
Antes dele, Felipe Camozzato (Novo), ao criticar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), também fez referência à possibilidade de troca na cor da camisa da Seleção.
— Se estamos com o MST comemorando o abril vermelho, fica a provocação: será que a CBF aproveitou o abril vermelho para fazer o lançamento da camisa vermelha da Seleção? — disse.

Debate chegou no Congresso
A cor da camisa da Seleção mobiliza ainda mais um grupo de deputados federais — incluindo um do Rio Grande do Sul — que propõe leis sobre o tema. Mauricio Marcon, do Podemos/RS, apresentou uma proposta para criar uma lei que “dispõe sobre as cores do uniforme de atletas, equipes e seleções que representem a República Federativa do Brasil”.
Carlos Jordy, do PL/RJ, também quer criar uma lei semelhante, restringindo as cores dos “uniformes oficiais das seleções brasileiras”.
Camisa vermelha foi confirmada por portal especializado
Nos últimos dias, o portal especializado em uniformes Footy Headlines noticiou uma mudança na camisa reserva da Seleção para a Copa de 2026. O segundo uniforme, conforme o site, teria "uma base vermelha moderna e vibrante", com lançamento previsto para março de 2026, meses antes do começo da Mundial.
No lugar do logo da Nike, a camisa teria a marca Jordan, ligada ao astro de basquete Michael Jordan.
O uso de uniforme vermelho pelo Brasil no futebol já aconteceu em duas oportunidades: em 1917 e em 1936, no Campeonato Sul-Americano — espécie de precursor da atual Copa América —, por conflito com as cores dos adversários, quando o fardamento principal brasileiro ainda era branco.
Mudança histórica
Tal fato representaria uma alteração na tradição da equipe nacional, que desde a decisão da Copa do Mundo de 1958, contra a Suécia, utiliza o uniforme azul como o reserva da camisa amarela.
O Canarinho, tradicional uniforme titular, passou a ser utilizado em 1954. Até o Maracanazo, na Copa de 1950, o Brasil usava uniforme branco.
Por um motivo nobre, em 2023, a Seleção Brasileira vestiu preto no amistoso contra Guiné, em Barcelona. Esta foi uma ação antirracista promovida pela CBF.
Copa do Mundo de 2026
O Mundial será disputado nos Estados Unidos, Canadá e México, de 11 de junho a 19 de julho de 2026, e terá a participação de 48 seleções.
O Brasil, entretanto, ainda não está garantido no torneio. Com 21 pontos na Eliminatórias da América do Sul, a equipe ocupa a quarta posição.