
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou o procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A nomeação foi realizada pela ministra-chefe substituta da Casa Civil, Miriam Belchior, por determinação do presidente e foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
O ex-presidente da autarquia Alessandro Stefanutto foi demitido após operação da Polícia Federal que apura suspeita de fraudes bilionárias em benefícios.
Quem é o novo presidente do INSS
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais com pós-graduação em Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, Gilberto Waller ingressou no poder público como procurador do INSS em 1998, tendo ocupado os cargos de corregedor-geral do INSS de 2001 a 2004 e subprocurador-geral do INSS de 2007 a 2008.
Na Controladoria-Geral da União, ocupou a função de ouvidor-geral da União de março de 2016 a janeiro de 2019 e de corregedor-geral da União de 2019 a 2023. Atualmente, ocupa o cargo de corregedor da Procuradoria-Geral Federal, órgão da Advocacia Geral da União.
Relembre
O então presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, pediu demissão do cargo no dia 23 de abril — ele já estava afastado por decisão judicial. Naquele dia, mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia ordenado que ele fosse demitido.
O ex-chefe do INSS foi alvo de buscas no gabinete e em sua residência pela Polícia Federal (PF), na operação “Sem Desconto”, comandada pela PF e Controladoria-Geral da União (CGU), para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados feitos por sindicatos em aposentadorias e pensões.
Nesta quarta-feira (30), a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que quem iria escolher o novo nome à frente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) seria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — e não Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência Social.
Esquema de fraudes
De acordo com a investigação, as associações ofereciam supostos serviços — como descontos em academias e planos de saúde — mas não dispunham de estrutura real para prestar tais benefícios.
Com isso, passavam a cobrar mensalidades indevidas diretamente dos benefícios dos aposentados e pensionistas, muitas vezes sem qualquer autorização. Em inúmeros casos, houve falsificação das assinaturas dos beneficiários do INSS, conforme a investigação.
Oposição pede abertura de CPI
Deputados de oposição protocolaram, nesta quarta (30) um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de fraudes.
Para que a CPI seja instalada, ainda é preciso o aval do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ao todo, 185 parlamentares assinaram o requerimento.