
O empresário e influenciador digital Pablo Marçal foi condenado pela segunda vez na Justiça Eleitoral de São Paulo. Candidato a prefeito nas eleições passadas, Marçal foi acusado de quatro infrações: uso indevido das redes sociais; abuso de poder midiático; captação ilícita de recursos; e abuso de poder econômico.
A decisão torna Marçal inelegível por oito anos pela segunda vez, uma vez que ele já havia sido condenado por outra ação semelhante em fevereiro. A Justiça Eleitoral também determinou que o ex-candidato pague uma multa de R$ 420 mil.
O juiz da 1ª Zona Eleitoral, Antonio Maria Patino Zorz, julgou parcialmente procedente uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral, apresentada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).
A punição ao então candidato foi motivada pelo uso de cortes editados de vídeo, divulgados nas redes sociais durante a campanha eleitoral. Tais cortes eram pagos pela equipe de Marçal para terceiros (influenciadores, internautas etc), que viralizavam as postagens.
Ainda na mesma ação, o juiz julgou improcedente o pedido de condenação ao réu por captação ilícita de sufrágio (compra de votos). Decisão ainda cabe recurso à decisão.
“Essa decisão é temporária. Cumprimos todos os requisitos legais durante a campanha. Confio na Justiça e estou certo de que vamos reverter”, declarou Pablo Marçal por meio de sua assessoria de imprensa.
Olho em 2026
Caso a condenação seja mantida, a inelegibilidade por oito anos passa a contar a partir de 2024. Com isso, ficariam frustrados os planos de Marçal de concorrer nas eleições nacionais de 2026.
O empresário admitiu a possibilidade de uma aliança com o cantor cantor Gusttavo Lima na disputa presidencial. Marçal ressaltou que deseja ser a cabeça da chapa, ou seja, concorrer para presidente, não para vice.
No cenário em que Marçal e Gusttavo foram testados, ambos perderiam para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode concorrer à reeleição pelo PT.
Eleições e cadeirada
Nas eleições de 2024, Marçal foi o terceiro mais votado, ao receber 28,14% da preferência do eleitorado da capital paulista, totalizando 1.719.274 votos.
A participação do coach na disputa foi marcada por polêmicas e investigações criminais, como a do laudo falso divulgado por Marçal contra o adversário Guilherme Boulos.
No início da campanha, o candidato do PRTB fez insinuações sobre a morte do pai da candidata Tábata Amaral.
Um dos momentos mais marcantes da eleição em São Paulo foi a cadeirada dada pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) em Marçal, durante debate da TV Cultura.