Deputada federal por São Paulo, Erika Hilton (PSOL) atribui as fake news sobre a suposta taxação do Pix à falta de regulamentação das redes sociais e à dificuldade do governo federal em se comunicar com a população. Ela concedeu entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (17).
Um dos temas abordados foi o vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) comentando o tema, que ultrapassou 290 milhões de visualizações no Instagram. Para Erika, o conteúdo ajudou a propagar notícias falsas sobre o monitoramento do governo federal em transações acima de R$ 5 mil via Pix.
— Mesmo sendo base do governo, faço essa análise crítica de uma dificuldade de comunicação, inclusive de previsibilidade do que poderia girar em torno deste tema (monitoramento do Pix) — disse, ao salientar que espera que a mudança na chefia da Secretaria de Comunicação (Secom) solucione a falta de clareza por parte do governo.
Erika ainda atrelou outro ponto como crucial na propagação de notícias falsas sobre o tema, especialmente em relação à repercussão que o vídeo de Ferreira alcançou: a falta de regulamentação das redes sociais. Segundo ela, mesmo com mentiras e fake news, a promoção de conteúdos da extrema direita sai vitoriosa.
— Mesmo se tratando de uma mentira, de uma fake news, a extrema direita sai gloriosa e vitoriosa, porque dá ao conjunto da sociedade, que tem dificuldade de acesso a informação e uma série de desafios, a sensação de que graças ao movimento que promoveram nas redes sociais (foi retirada a medida e que) de fato haveria algum tipo de taxação ou fiscalização.
Sobre a revogação da normativa, a deputada federal afirmou não saber o motivo da decisão e afirmou a necessidade de criar um plano de contingenciamento para que episódios como este não se repitam. Erika ainda destacou que a medida apenas ampliaria o valor limite das transações financeiras monitoradas via Pix, que atualmente é de R$ 2 mil.
— Não é nada novo. É uma busca na tentativa de combater fraudes, quadrilhas e uma série de outros crimes financeiros que ocorrem. Não é mirando no pequeno empreendedor, não é mirando na dona de casa que vai fazer ali o seu churrasquinho. Não é mirando em ninguém que tenha movimentações pequenas. É mirando bilionários — ressaltou.