
O presidente de honra do Partido Progressistas (PP), Francisco Dornelles, morreu nesta quarta-feira (23), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Segundo a Agência Brasil, ele estava internado desde maio em um hospital privado devido a problema cardíaco. Dornelles foi vice-governador do Estado do Rio, senador, deputado e ministro.
No governo de José Sarney (1985-1990), esteve à frente do Ministério da Fazenda. Ele também ocupou as pastas de Indústria, Comércio e Turismo e a do Trabalho e Emprego nas gestões de Fernando Henrique Cardoso (de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002).
"O Progressistas está em luto. Com profunda dor e tristeza, informamos o falecimento do nosso presidente de honra, Francisco Dornelles. Grande homem público, defensor da democracia e do diálogo em todos os momentos, nos deixa um legado de ética, responsabilidade, humildade e dedicação ao Brasil", diz nota divulgada pelo PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira.
"Com um imenso vazio na política brasileira e no coração de cada filiado, o Progressistas apresenta sentidas condolências à família. Francisco Dornelles, que tanto nos ensinou com suas ações registradas em uma honrada e ilibada biografia, por seus incansáveis serviços ao país e ao Rio de Janeiro, passa hoje da vida à imortalidade. Deus o acompanhe, eterno presidente", lamenta o partido.
Dornelles nasceu em Belo Horizonte, em Minas Gerais, numa família de políticos. Era sobrinho de Tancredo Neves. Seu pai era primo de Getúlio Vargas e o tio, Ernesto Dornelles, foi governador do Rio Grande do Sul, além de ministro e senador.
Ele era formado em Direito e Finanças Públicas pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Estudou tributação internacional na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e finanças públicas na Universidade de Nancy, na França.
Conhecido pelo pragmatismo e gentileza, tinha bom trânsito da direita à esquerda, embora tenha recebido ruidosas críticas do PT quando assumiu o Ministério do Trabalho no segundo governo de Fernando Henrique. Antes, em 1979, assumiu o comando da Receita Federal e lá se manteve até o fim do regime militar.
Em 2014 foi eleito vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Luiz Fernando Pezão. Assumiu o comando do Estado quando Pezão precisou se licenciar do cargo para tratar de um câncer, em 2016. Retomou a chefia do Executivo fluminense em novembro de 2018, após a prisão de Pezão na operação Lava-Jato.
Dornelles deixa a esposa, Cecília, e as filhas Mariana e Luciana.