Uma declaração do vereador de Santana do Livramento Carlos Enrique Civeira (PDT) sobre a prefeita do município, Ana Tarouco, e a secretária municipal da Fazenda, Gisela Alvarez, em sessão plenária da última segunda-feira (7) provocou polêmica no município da Fronteira. Ele comparou o cérebro de ambas a um caroço de azeitona.
A manifestação, gravada em transmissão da Câmara de Vereadores, ocorreu durante a discussão de um projeto do Executivo que solicita autorização para tomada de financiamento para aquisição de equipamentos de georreferenciamento e hemodiálise.
Com a repercussão do episódio, em sessão plenária na manhã desta quarta-feira (9), o vereador subiu à tribuna e disse que "o caroço da azeitona tem benefícios".
— O senhor (dirigindo-se ao presidente da Câmara, Aquiles Rodrigues Pires) com certeza vai me ajudar. Caroço da azeitona, o senhor sabe os benefícios? Tem 10, posso citar três — discursou.
À reportagem, o vereador se disse uma oposição responsável e classificou o episódio como uma "falsa polêmica". Civeira ainda reiterou os benefícios da azeitona e que tal comparação não era uma forma de ofensa:
— Considero que ela não tem capacidade para governar a cidade, mas nada tem a ver com gênero. Sou o vereador com mais projetos em prol das mulheres nesta Casa. Sou um batalhador pelo espaço das mulheres e essa polêmica toda é uma cortina de fumaça.
A prefeita, que está em viagem a São Paulo, informou que tomará as "medidas cabíveis" no retorno ao município. Ana Tarouco ainda lamentou a fala contra ela e outras mulheres.
— Quando eu retornar à cidade vou tomar pé de toda a situação e avaliar o que será feito, mas lamento este ato totalmente repudiável contra a primeira mulher eleita na cidade. Alguns poucos ainda não aceitam.
A secretária da Fazenda, também citada na tribuna, disse que não há mais espaço este para tipo de manifestação. Ela repudiou as falas dirigidas às gestoras que fazem parte do primeiro escalão.
— O vereador deveria seguir a conduta pública e se restringir a falas técnicas e respeitosas, todas as mulheres citadas têm histórias. Quanto à minha história, tenho quase 30 anos atuando nas contas públicas como auditora e não posso ser comparada a um caroço de azeitona. Isso é um acinte, um desrespeito e preconceito.