A China classificou, nesta sexta-feira (20) , como "imorais" as declarações de Eduardo Bolsonaro. Na quarta-feira (18), o deputado federal havia acusado Pequim de esconder informações sobre a pandemia de Covid-19, abrindo uma crise diplomática com o país asiático.
"Uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. A culpa é da China e liberdade seria a solução", escreveu, na ocasião, o parlamentar no Twiter. Em sua mensagem, ele também traçou um paralelo com "a ditadura soviética", que inicialmente ocultou a escala do desastre nuclear de Chernobyl em 1986.
Procurado para reagir às declarações do parlamentar, um porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, denunciou os comentários que classificou como "imorais e irresponsáveis".
— Desde o início da epidemia, a China adotou as medidas de prevenção e de controle mais rigorosas, abrangentes e mais completas de maneira aberta, transparente e responsável — afirmou Geng.
Na quinta-feira, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, exigiu que Eduardo Bolsonaro "se desculpasse com o povo chinês". Ele também retuitou uma mensagem de um internauta que descreveu a família do presidente Jair Bolsonaro como o "grande veneno do Brasil", de acordo com uma captura de tela feita pela imprensa brasileira antes que a mensagem fosse apagada.
Já nesta sexta, o presidente Bolsonaro garantiu que "não há nenhum problema com a China".
— Zero problema com a China. Se tiver que ligar pro presidente chinês, eu ligo sem problema nenhum — afirmou.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, distanciou-se de Eduardo Bolsonaro, explicando que as declarações do deputado de 35 anos "não refletiam a posição do Brasil".
A China é o primeiro parceiro comercial do Brasil, que exporta para o gigante asiático matérias-primas, em especial minério de ferro, carne e soja.
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