Pivô da crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, o advogado Marcos Barbosa Pinto apresentou neste sábado (15) uma carta de renúncia.
Ele ocuparia, a convite de Levy, a Diretoria de Mercado de Capitais do banco de fomento. Mais cedo, Bolsonaro disse que demitiria Levy na segunda-feira (17) se a nomeação fosse mantida.
Bolsonaro ficou incomodado com o fato de Barbosa ter atuado durante gestão petista, bem como Levy — no governo Lula, como secretário do Tesouro, e na gestão Dilma, como ministro da Fazenda.
A Folha de S.Paulo teve acesso a carta de Barbosa Pinto a Levy. "É com pesar que entrego esta carta, logo após ter tomado posse, mas não quero continuar no cargo diante do descontentamento manifestado pelo presidente da República", escreveu o advogado.
O advogado tomou posse na quarta-feira (12) e começaria a trabalhar na diretoria nesta segunda. "Tenho muito orgulho da carreira que construí ao longo dos anos, seja no governo, seja na academia, seja no mercado financeiro", afirmou.
Barbosa Pinto foi sócio por sete anos de Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, na Gávea Investimentos. Segundo ele, em razão da experiência, acreditava que poderia contribuir na implementação de reformas econômicas importantes para o país: "Infelizmente, isso não será possível", escreveu.
Ao final, disse admirar o trabalho de Levy e agradeceu o corpo técnico do BNDES.