A Polícia Federal (PF) apontou indícios de que o presidente Michel Temer recebeu vantagens indevidas da Odebrecht. O chefe do Executivo nacional teria acertado o repasse ilegal de R$ 10 milhões ao MDB, em encontro no Palácio do Jaburu, em maio de 2014. Na ocasião, Temer era vice-presidente da República. O documento da PF, ao qual teve acesso o portal G1, foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (5).
Além de Temer, Eliseu Padilha, atual ministro-chefe da Casa Civil, o então presidente da construtora, Marcelo Odebrecht, e o ex-executivo Cláudio Melo Filho estariam presentes no encontro.
O jantar e o acerto foram informados na delação de Melo Filho. Segundo o ex-executivo, em troca do repasse, a empresa seria favorecida. O Palácio do Planalto confirmou, no ano passado, que o jantar de fato ocorreu e que foram tratados temas relativos à campanha presidencial, mas negou que na conversa tenham sido discutidos valores.
No relatório da PF, o delegado Thiago Delabary apontou indícios de que Temer era o alvo de repasse de R$ 1,438 milhão. O dinheiro teria sido entregue após pedido de Moreira Franco, atual ministro de Minas e Energia.
O relatório da PF deverá ser encaminhado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, à Procuradoria-Geral da República (PGR).