Representantes de entidades de servidores públicos do Executivo estadual cobram de José Ivo Sartori o pagamento em dia dos salários. O governador disse, na manhã desta segunda-feira (25), que primeiro as menores remunerações serão quitadas, acabando com a divisão para todos dos valores disponíveis em caixa.
A presidente do Centro dos Professores do Estado Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), Helenir Schürer, entende que o anúncio do governador não é suficiente, exigindo o pagamento integral até a próxima sexta-feira (29), último dia útil de setembro.
— O secretário Feltes (Giovani Feltes, da Fazenda) esclareceu, dizendo: integralizaremos primeiro os salários menores. Integralizar não quer dizer que vai pagar em dia. Quer dizer que, se tiver parcelamento, os primeiros que serão integralizados serão os nossos — pondera.
Helenir adianta que, se o pagamento não for integral no dia 29 para todos os professores, a greve da categoria continuará. Para a dirigente, Sartori está atrasado ao declarar que estaria fazendo justiça ao pagar os salários menores primeiro.
— Ele deveria ter feito isso há 21 meses. Porque o governo paga todos, para depois pagar os servidores. Com 21 meses de atraso, parece que o governador acordou. Espero que se mantenha acordado e nos pague integralmente no dia 29 — ressalta.
O vice-presidente da Abamf, entidade que representa cabos e soldados da Brigada Militar, Solis Antônio Paim, também criticou Sartori.
— Tem que ver até que faixa que ele vai pagar. O que significam esses menores salários? Ele (Sartori) falou isso, mas não falou os valores. Ele precisa é cumprir o que diz a lei e pagar o funcionalismo até o último dia útil do mês — afirma.
O presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Fessergs), Sérgio Arnoud, atribui a decisão do governador do Estado a dois motivos principais.
— Primeiro, a greve do magistério que se prolonga e está cada vez maior. E também em razão da medida liminar obtida pela Fessergs, que permite que os servidores que não tiverem condições financeiras não compareçam ao serviço e não tenham o corte do ponto — destaca.
Arnoud sustenta que a entidade segue buscando o pagamento integral para todos os servidores e classifica como tardia a medida anunciada por Sartori nesta segunda-feira:
— Nós temos conhecimento de servidores que não estão conseguindo pagar condomínio, aluguel e luz. Alguns estão sendo despejados. Em função do parcelamento, todos os compromissos são pagos com multa — lembra Arnoud.
O Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Tributária do Estado do Rio Grande do Sul (Sindifisco), entidade que representa os servidores com os maiores salários do Executivo, tem ação transitada em julgado em 2007 que exige o pagamento integral e em dia dos salários da categoria.
O presidente da entidade, Celso Malhani de Souza, preferiu não criticar a decisão do governador e disse que aguarda uma posição da Justiça para o cumprimento da decisão.
— O governo está fazendo as suas escolhas e prosseguirá. O sindicato simplesmente aguarda ação da Justiça no cumprimento e na efetividade da decisão judicial. Não existe medida adicional a ser tomada — afirma.
Para o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Asdep), Cleiton Silvestre Munhoz de Freitas, esse anúncio, somado aos presos em delegacias, amplia o desânimo da categoria.
— Acho que o governador deveria é não só sangrar o Executivo (em referência aos demais poderes). Está faltando respeito com a segurança pública — reclama.