Um dia depois de ter apresentado denúncia contra o presidente Michel Temer pelos crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça e antes de deixar o cargo, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira passada (15) a delação premiada de oito executivos da construtora OAS, acusada de participar do esquema de corrupção investigado na Operação Lava-Jato.
Em agosto do ano passado, Janot havia suspendido as negociações da delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, após vazamento de informações sobre as tratativas entre o empresário e os investigadores da Lava-Jato. Procurada pela reportagem, a OAS não se manifestou.
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A delação premiada da OAS atinge os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, além de aliados do presidente Michel Temer, segundo fontes com acesso às investigações.
O conteúdo da delação ainda será analisado pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato na Corte, que trabalhou na segunda-feira (18) em Curitiba e só despachará do seu gabinete nesta terça (19). A colaboração foi encaminhada ao Supremo porque envolve autoridades com foro privilegiado — caberá a Fachin decidir se homologa ou não o acordo dos executivos da empreiteira.