
O segundo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Justiça Federal, em Curitiba, foi marcado por manifestações menores do que as ocorridas em maio, quando ele esteve frente a frente com o juiz Sergio Moro. O clima na capital paranaense foi praticamente de normalidade. A reportagem conversou com motoristas de táxi e de aplicativos de transporte e alguns deles sequer sabiam que o petista seria interrogado novamente.
O efetivo de segurança empregado também foi menor, cerca de 1,5 mil contra 3 mil, em maio. O local escolhido para o ato de apoio a Lula também foi menor. A Praça Generoso Marques reuniu integrantes de movimentos sociais e líderes políticos que discursaram em cima de um caminhão de som.
Durante a audiência, atividades culturais foram realizadas. Em maio, um grande palco foi montado na Praça Santos Andrade onde uma grande bandeira foi estendida com a foto de Lula e a mensagem "Eleições 2018. Eleição sem Lula é fraude", em uma referência à possível condenação do petista em segunda instância no caso triplex, que deixaria Lula inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
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Recepção a Lula
Os primeiros manifestantes começaram a chegar nas proximidade do prédio da Justiça Federal às 8h30min desta quarta. Permaneceram no local até a chegada de Lula para depor, perto das 14h.
O petista desceu do carro e caminhou alguns metros com seus apoiadores até a barreira policial, onde entrou novamente no veículo e seguiu para o prédio da Justiça Federal. Os manifestantes entoavam cânticos de apoio a Lula e críticas à Lava-Jato e ao juiz Sergio Moro.
"Ô Mussolini, de Maringá, a tua hora vai chegar", cantavam os manifestantes em referência a Moro.
A cúpula do PT sustentava, durante entrevistas à imprensa, que há perseguição política ao ex-presidente. Sobre o depoimento do ex-ministro Antônio Palocci, que ratificou a acusação do Ministério Público Federal, afirmavam que o petista está sob pressão, por estar preso, e que se obrigou a mentir para fechar acordo de delação premiada.
"Super-Moro" e bandeira gigante
Apoiadores da Operação Lava-Jato iniciaram mobilização no mesmo momento em que Lula começava a responder as perguntas de Moro, por volta da 14h. Assim como em maio, ficaram concentrados em frente ao Museu Oscar Niemeyer, no bairro Centro Cívico.

Cerca de 50 pessoas se revezavam ao microfone instalado em um carro de som, com discursos de apoio à Lava-Jato e contra o ex-presidente. Mas o que mais chamou a atenção foi uma bandeira de 150 metros estendida no gramado do museu, com a frase "Lula na cadeia". Também um boneco inflável de Sergio Moro, vestido de super-herói, ou o "Super-Moro", como batizaram os manifestantes.