Interessado em federalizar o sistema de inspeção animal no Brasil, o empresário Joesley Batista, um dos proprietários do grupo JBS, procurou o então ministro da Agricultura, Wagner Rossi (pai do deputado Baleia Rossi, líder do PMDB na Câmara). Então vice-presidente, Michel Temer teria pedido que o empresário pagasse um mensalinho de R$ 100 mil a ele e de R$ 20 mil a Milton Hortolan, ex-secretário-executivo no ministério. O repasse foi feito por um ano, segundo aponta a delação premiada de Batista.
Joesley relatou ainda que, na campanha para a prefeitura de São Paulo, em 2012, Temer voltou a solicitar pagamento de R$ 3 milhões para a campanha do então candidato Gabriel Chalita, e o empresário concordou. Os valores teriam sido pagos por meio de Caixa 2, comprovados por meio de notas fiscais e planilhas.
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A partir da eleição municipal de 2012, Joesley diz ter se aproximado de Temer e percebido que o então vice-presidente não operava pagamentos irregulares apenas com Rossi, mas também com Geddel Vieira Lima (ex-deputado e ex-ministro de Temer), Moreira Franco ( atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência) e Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara e deputado cassado e preso).
Pouco antes do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, Temer voltou a procurar Joesley. Segundo o empresário, ele pediu R$ 300 mil para pagar a “despesas de marketing político pela internet”, pois ele estaria sendo atacado no ambiente virtual. O empresário afirma ter entregue o dinheiro em espécie a “Elcinho”, marqueteiro do peemedebista.