Responsável por decidir sobre o andamento dos pedidos de impeachment do presidente Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não será “instrumento de desestabilização do governo”. Nesta segunda-feira (22), o parlamentar falou pela primeira vez à imprensa após a retirada do sigilo das delações da JBS, ocorrida na última quinta. Maia também disse que irá manter a agenda de votações na Casa.
Desde o início da crise gerada pelas delações da JBS, Maia tem feito reuniões diárias com Temer. Interlocutores do Palácio do Planalto o consideram um grande aliado, e por isso apostam que não há chance dos apelos de impeachment prosperarem na Câmara. Questionado por jornalistas sobre os pedidos, Maia indicou que não irá aceitá-los.
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– A presidência da Câmara dos Deputados não será instrumento para desestabilização do governo, o Brasil já vive uma crise muito profunda – disse.
Segundo Maia, o cronograma de votações da Casa será mantido. Ele projeta levar a plenário nesta semana a apreciação do projeto de convalidação de incentivos fiscais e medidas provisórias, como a do Refis. Também afirmou que planeja iniciar o debate sobre a reforma da Previdência em plenário entre os dias 5 e 12 de junho.
Para Maia, atuar em conjunto com o executivo em torno da agenda econômica deve ser prioridade do legislativo, a fim de “tirar o país da crise”.
– Eu trabalho com a relação entre poderes, mais com a harmonia do que necessariamente com uma independência – afirmou.