Pelo menos sete nomes aparecem com mais frequência nas conversas entre parlamentares e líderes políticos sobre candidatos à Presidência em caso de eleição indireta. Veja quem são:
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Senador em segundo mandato e três vezes governador do Ceará, é presidente interino do PSDB – assumiu após licença de Aécio Neves.
Prós: aos 68 anos, é considerado experiente e apaziguador. Sem pendências na Lava-Jato, governaria em harmonia com PMDB e DEM, retomando as reformas.
Contras: sofre rejeição na Câmara, onde está a maioria dos eleitores do colégio eleitoral. É vinculado a Aécio Neves, cujo pedido de prisão está para ser julgado no STF.
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Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Presidente da Câmara, é deputado em quinto mandato e presidente do diretório fluminense do DEM.
Prós: é o candidato natural da Câmara, sobretudo entre o baixo clero e os pequenos partidos. Manteria a atual coalizão de forças no poder, credenciando-se inclusive para 2018.
Contras: aos 46 anos, é considerado muito jovem e sem estabilidade emocional suficiente para presidir o país em meio à crise política. Responde a inquérito da Lava-Jato no STF.
Nelson Jobim
Ex-ministro dos governos FHC, Lula e Dilma e ex-presidente do STF. É sócio e membro do conselho de administração do BTG Pactual.
Prós: com trânsito no Judiciário, nos partidos de esquerda e de direita, é considerado conciliador. É respeitado pelas Forças Armadas e não teria pretensões eleitorais para 2018.
Contras: é sócio de um banco investigado na Lava-Jato, cujo antigo presidente, André Esteves, chegou a ser preso. Também advogou para algumas das empresas investigadas.
Henrique Meirelles (PSD-SP)
O atual ministro da Fazenda foi presidente do Banco Central sob Lula. Filiado ao PSD, mantém há anos pretensões presidenciais.
Prós: com sucesso como executivo de banco, tem o apoio do mercado, do setor produtivo e de investidores estrangeiros. Sua vitória manteria as reformas e o controle de gastos.
Contra: sem carisma e trânsito no Congresso, tem dificuldade para buscar votos. Antes de assumir a Fazenda, trabalhava para os irmãos Batista, à frente do conselho da J&F.
Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP)
Presidente por dois mandatos (1995 a 2002) pelo PSDB, mantém trânsito entre os principais partidos e a cúpula empresarial.
Prós: visto por parlamentares como estadista, respeitado no Exterior e elogiado por empresários, tem envergadura política para conduzir a transição, sem a pretensão de reeleição.
Contras: sem disputar eleições desde 2002, precisa de cabos eleitorais no Congresso. Enfrentará resistência do PT. Foi citado na delação da Odebrecht. Tem 85 anos.
Cármen Lúcia
Presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, está na linha sucessória da Presidência da República.
Prós: considerada uma magistrada firme e discreta, é distante de Temer e próxima de Edson Fachin. Passa imagem de estar acima de suspeitas de envolvimento com corrupção.
Contras: sem trânsito entre partidos, desagrada deputados e senadores. Também sofre restrições no Judiciário. Não é filiada a partido político e há dúvida se poderia concorrer.
Gilmar Mendes
Ministro do STF e presidente do TSE, tem relação histórica com o PSDB. Foi advogado-geral da União de Fernando Henrique.
Prós: circula com desenvoltura entre os partidos da atual base de Temer, que poderiam trabalhar por sua candidatura. Apesar de polêmico, é respeitado no meio jurídico.
Contras: é o principal conselheiro de Temer entre juristas. As relações políticas e decisões controversas criam resistência na opinião pública e na esquerda. Não está filiado a partido.