
O líder do governo e presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou nesta quarta-feira, após participar de cerimônia no Palácio do Planalto, que criou-se uma acusação geral contra a classe política.
– A única forma de transformar a calúnia em verdade ou mentira é investigar. Eu defendo a investigação rápida – disse Jucá, referindo-se à abertura de inquéritos no âmbito da Operação Lava-Jato para investigar políticos com foro privilegiado.
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Jucá está entre os políticos que vão ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por determinação do ministro Edson Fachin, com base em delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht.
O senador acrescentou que a divulgação da lista de investigados não vai paralisar o Congresso Nacional ou o governo.
– O caminho da Lava-Jato é um caminho inexorável, legítimo, que corre no ritmo dela, mas é um processo judicial. O governo e o Congresso têm que funcionar independente disso. O eixo do governo e do Congresso não pode ser a Lava-Jato. Tem que ser a recuperação do país – disse.
Jucá acrescentou que mantém o cronograma de aprovação de reformas consideradas importantes pelo governo, como a da Previdência e a trabalhista. Ele disse que é preciso aprovar a reforma da Previdência até o meio deste ano para que a economia possa reagir.
Doações de campanha
Para Jucá, o que está em discussão é o modelo político atual de financiamento de campanhas eleitorais.
– Um modelo que empresas doavam, movidas por diversos interesses. Você não perguntava se esse dinheiro é do lucro líquido legal da empresa ou de uma obra superfaturada – disse.
Sobre os membros do PMDB incluídos na lista, Jucá disse que o partido responderá "com toda a tranquilidade".
– Volto a dizer eu defendo a Lava-Jato. A Lava-Jato mudou o paradigma da política brasileira. Vínhamos em campanhas políticas em uma escalada de gastos que era algo que não tinha fim. Cada campanha era mais cara que a outra – disse.
Jucá acrescentou que nunca recebeu nenhuma doação de empresa diretamente na conta de campanhas. As doações, segundo ele, eram direcionadas ao partido. O senador acrescentou que tinha esse "cuidado" porque é relator de matérias no Congresso que poderiam beneficiar alguma empresa.
– Eu poderia estar relatando, sem saber, uma matéria que pudesse beneficiar algum setor. Isso daria condição de dizer que aprovou ou rejeitou por conta de interesse de empresa – disse.
*Agência Brasil