
Relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin só decidirá sobre os 320 pedidos da Procuradoria-Geral da República baseados nas delações da Odebrecht a partir da próxima terça-feira, dia 28, quando a chegada dos processos ao gabinete do relator completa uma semana. A informação foi confirmada por um interlocutor do ministro.
Foram necessários cinco dias úteis apenas para protocolar, autuar, distribuir eletronicamente e digitalizar os processos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, em 14 de março, a abertura de 83 inquéritos no STF e solicitou 211 declínios de competência para outras instâncias.
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Embora não tenha estimado prazo para se manifestar sobre os processos e o levantamento de sigilo, Fachin relatou a interlocutores no Supremo que será criterioso na análise do material.
Mesmo que o conteúdo das delações da Odebrecht esteja em sigilo, a imprensa já noticiou alguns trechos, com base em vazamentos. As matérias incluem nomes de ao menos seis atuais ministros, dos presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além de diversos parlamentares e dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
Fachin: "estou trabalhando"
No Rio nesta sexta-feira, para participar de uma banca de concurso para professor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Fachin não quis adiantar a data em que serão definidas as aberturas de inquérito pedidas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
– Estou trabalhando – desconversou Fachin ao ser abordado pela reportagem na chegada para compor a banca.
A agenda do ministro é na Procuradoria Geral do Município do Rio.
*Estadão Conteúdo