Dos oito deputados do PMDB, partido do governador José Ivo Sartori, dois votaram de forma contrária à orientação do Piratini nos cinco projetos que reajustam em 8,13% os salários dos servidores do Judiciário, da Assembleia Legislativa, da Defensoria Pública, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado. Álvaro Boessio e Gilberto Capoani informaram que decidiram com coerência. Sindicalista de origem, Boessio disse que a verba já estava prevista no orçamento.
– Se não for para pagar os funcionários, gastariam em outro lugar. São verbas já carimbadas. Nada mais justo que fazer a reposição. Pouco antes da votação, o pessoal do governo me ligou, mas não dá. Sou sindicalista, brigo sempre pelo aumento real, como vou votar contra? Votei com a consciência – explicou o deputado.
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Capoani explicou que, como já havia votado favoravelmente pelos projetos em maio, apenas confirmou a sua posição no plenário:
– Disse que ia me manter coerente com a minha posição favorável ao reajuste. Acho justo. Disse antes, inclusive, para que eles (governo) não se surpreendessem.
Outros deputados participantes da base do governo também divergiram. Quase a totalidade do PDT foi contra a manutenção do veto de Sartori e optou por derrubá-lo, assim como parte do PP e metade do PSDB. Apesar da dissidência, o governo do Estado descarta qualquer ação contra os parlamentares.